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Artigo

O expressivo crescimento da produção de teatro de grupo no país não se traduz apenas por meio de dados estatísticos. A propensão poética pode ser aferida tanto quanto a consciência crítica comumente associada a projetos artísticos dessa natureza. Na experiência do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o fundamento da pesquisa talhado em lei salvaguarda o caráter da obra em processo. Um exemplo sui generis de quando os códigos jurídicos radicam a liberdade criativa nos desígnios da arte do tempo, contornando a fixação pelo resultado e abraçando riscos e responsabilidades de percurso. Leia mais

Reportagem

Após passar pelas sedes do Grupo Tá na Rua, no Rio de Janeiro, e do Grupo do Beco, em Belo Horizonte, o projeto Conexões para uma arte pública chega ao espaço do núcleo Pombas Urbanas, o Centro de Arte em Construção, em São Paulo. A articulação é da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, compreendendo um dezembro de intercâmbios até domingo (21/12). Leia mais

Crítica

Para aqueles que se dirigem ao ponto da Lagoa do Parque Sólon de Lucena, no centro da capital paraibana, previamente avisados, o acercamento territorial dos intérpretes-criadores da Cia. Domínio Público é um capítulo à parte. Lembra o ritual de acasalamento, como o das aves que dão sinais e posicionam-se elegantemente na hora de fazer a corte. O enamoramento espacial implica o espalhamento alhures do quarteto em si, ilhas flutuantes que circulam ou atravessam perpendicularmente o epicentro que avistam de longe, formado por bancos de praça, barracas de doces e salgados, ponto de ônibus, enfim, o fluxo mais intenso do pedaço. Aos poucos, o observador privilegiado já consegue enquadrar num mesmo campo de visão as duas moças e os dois rapazes de figurinos de cores terracota, azul, verde e amarelo. Eles harmonizam os passos dissonantes e agora já estão no vácuo da intervenção urbana, aquela que não manda bilhete e se insinua sem rede, pegando no pulo os companheiros anônimos de jornada, os pedestres de turno, em pleno meio de tarde em que o sol pega leve e os gestos e movimentos murmuram. Leia mais

Crítica

Situacionismo cômico

12.12.2014  |  por Valmir Santos

O nariz vermelho inseparável não deixa dúvidas sobre a filiação, mas as atrizes Paola Busatti e Vera Abbud fazem de Pelo cano uma prazerosa e bem dosada confluência da representação circense com elementos teatrais. Suas palhaças Emily e Manela são depositárias das figuras cômicas tradicionais acrescidas do toque performativo por aquelas que contam pelo menos mais de duas décadas de palco. O roteiro de malsucedidas e hilárias situações meticulosamente amarradas pela exímia dupla da escola do improviso – seus currículos dão o que falar nesses jogos – torna cristalino o quanto se leva a sério a brincadeira nesse espetáculo que completa dez anos em 2015. Leia mais

Nota

Claudia Schapira (por Memórias impressas), René Piazentin (O taxidermista) e Silvia Gomez (Mantenha fora do alcance do bebê) foram os autores selecionados para a 1ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos, lançada por meio de edital do Centro Cultural São Paulo. O resultado foi divulgado em coquetel aberto ao público na noite desta quarta-feira (10/12), na sala Adonoiran Barbosa. Leia mais

Nota

A organização do Prêmio Shell de Teatro divulgou nesta manhã (9/12) os criadores e produções indicados pelo júri neste 2º semestre. Os espetáculos Galápagos, A dama do mar e Chacrinha – o musical disputam em duas categorias cada um. A homenagem especial desta 27ª edição irá para Jorginho de Carvalho, “pela contribuição na formação e profissionalização de gerações de iluminadores do teatro carioca”. A cerimônia de entrega será no próximo semestre, data a definir. Leia mais

Nota

O espetáculo Sudado faz curta temporada gratuita em São Paulo de 9 a 14 de dezembro, no Espaço da Companhia do Feijão, região central. A dramaturgia construida coletivamente pelo sexteto de atores vindos de três trabalhos anteriores tem por base o desejo de lançar um outro olhar sobre a cultura popular andina dos últimos 20 anos e seu contexto portenho. Para compor os personagens e alimentar a atmosfera do texto, a montagem toma para si a poética e o colorido dos restaurantes peruanos da zona de Abasto, o clima dos bares de cúmbia peruana e o universo das obras em construção. A investigação realizada pelo diretor Jorge Eiroe e pelos atores permite ao espectador indagar sobre o imigrante, a música, o mundo das obras e a classe trabalhadora da região. Leia mais

Reportagem

Em 1931, falando ao ator norte-americano Joshua Logan, que passou oito meses sob sua orientação em Moscou, Stanislavski fustigava a canonização que já o espreitava em vida. “Nosso método nos convém porque somos russos. Aprendemos na raça, tateando, renovando as noções gastas e tentando nos aproximar o mais possível da verdade. Vocês devem fazer o mesmo. Mas do jeito de vocês, não imitando-nos. […] Você está aqui para estudar, não para copiar. Os artistas devem aprender a pensar e sentir por eles mesmos e encontrar novas formas”. Leia mais

Reportagem

O colóquio “Para não esquecer 1964 e a ditadura militar brasileira”, que acontece na terça-feira (9/12) na capital portuguesa, sob organização do Instituto de Ciências Sociais e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, resulta ambiente de ideias propício à recepção ao livro Com os séculos nos olhos: teatro musical e político no Brasil dos anos 1960 e 1970, que acaba de sair pela Editora Perspectiva. O autor, o jornalista, escritor e compositor Fernando Marques, colaborador do Teatrojornal, participará de uma das mesas do encontro catalisador ainda de pesquisadores de universidades do Brasil e do exterior. Leia mais

Crítica

O que nos resta do experimento apresentado pelo Coletivo de Teatro Alfenim (PB) sobre fragmentos da obra de Machado de Assis é dizer que o romance Quincas Borba é mais atual do que a própria realidade. Apresentado durante o festival O Mundo Inteiro É um Palco, em Natal, o Ensaio sobre o humanitismo revela um Machado irônico, contestador e, sobretudo, sarcástico. Estivesse hoje entre nós, provavelmente o patrono da Academia Brasileira de Letras estaria escrevendo sobre as mesmas contradições de um país hipócrita e bonito por natureza. Leia mais