7.12.2014 | por Teatrojornal
O colóquio “Para não esquecer 1964 e a ditadura militar brasileira”, que acontece na terça-feira (9/12) na capital portuguesa, sob organização do Instituto de Ciências Sociais e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, resulta ambiente de ideias propício à recepção ao livro Com os séculos nos olhos: teatro musical e político no Brasil dos anos 1960 e 1970, que acaba de sair pela Editora Perspectiva. O autor, o jornalista, escritor e compositor Fernando Marques, colaborador do Teatrojornal, participará de uma das mesas do encontro catalisador ainda de pesquisadores de universidades do Brasil e do exterior. Leia mais
2.10.2014 | por Teatrojornal
Treinamento psicofísico, artes marciais e meditação servem como premissas à montagem de Zé, adaptação em versos de Fernando Marques para o drama Woyzeck, do alemão George Büchner (1813-1837), em cartaz neste fim de semana em Belém. O espetáculo dirigido por Edson Fernando resulta de pesquisa do Grupo de Investigação do Treinamento Psicofísico do Atuante, o Gita, vinculado à Escola de Teatro e Dança do Instituto de Ciências da Arte da Universidade Federal do Pará. Leia mais
27.8.2014 | por Fernando Marques
Interessantíssimo: o monólogo Calango deu! Os causos de dona Zaninha, espetáculo carioca exibido no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília, durante o festival Cena Contemporânea, é brasileiro até a raiz dos cabelos ou das unhas, mas não guarda nem de longe o ar missionário de quem resgata ou recupera alguma coisa. Isto é, os artistas da Cia. Caititu tratam suas fontes – no caso, o interior de Minas – como coisa viva, sem nostalgia excessiva e sem o olhar vagamente superior com que os da cidade por vezes miram o campo ou, como diria dona Zaninha, a roça. Tudo respira e é deliciosamente engraçado. Leia mais
9.6.2014 | por Fernando Marques
A história dos embates sociais no Brasil tem sido marcada, desde sempre, pela expectativa de mudanças que jamais se realizam, mas, ao contrário, se veem teimosamente proteladas. As promessas feitas aos pobres, não raro aliados à classe média na grita por divisão da renda e por democratização das decisões políticas, servem para dissipar conflitos, sendo, depois, esquecidas. O carnaval dos pés de chinelo, por aqui, invariavelmente deságua na quarta-feira das elites. É monótono e perverso, mas tem sido assim há séculos. Leia mais
3.6.2014 | por Fernando Marques
Os artistas de teatro foram os primeiros a responder ao regime autoritário, instalado na noite de 31 de março de 1964. Para sermos exatos, os de teatro associados aos de música popular. No dia 11 de dezembro daquele ano, o show Opinião, composto por canções, anedotas e cenas curtas, estreava no Rio de Janeiro, com a cantora Nara Leão e os compositores Zé Keti e João do Vale convertidos em atores do musical. Leia mais
14.4.2014 | por Fernando Marques
O lançamento de Hamlet: poema ilimitado (editora Objetiva, 2004), ensaio do crítico norte-americano Harold Bloom sobre a tragédia Hamlet, de Shakespeare, sugere que se fale dos temas temporais e intemporais em literatura e teatro. Convido o leitor a um breve passeio em torno do assunto; há questões nada fúteis a explorar. Vamos lá? Leia mais
11.4.2014 | por Fernando Marques
A jornalista Ivana Bentes falou certa vez em “cosmética da fome” a propósito do filme Cidade de deus. Embora se entendam os motivos para a crítica a obras de arte que, ao pretender denunciar males sociais, terminam por vampirizá-los, seria uma pena que se jogasse fora o bebê com a água do banho. Quer dizer: seria empobrecedor decretar que a arte produzida por autores de classe média está fadada à inautenticidade ao falar sobre esses males, que continuam a assombrar a sociedade. Assim como se dá justamente agora, no Rio de Janeiro, com a “reintegração de posse” de terreno e prédio da empresa Oi, ocupados por famílias que berram por moradia enquanto são atacadas pela polícia. Leia mais
31.3.2014 | por Fernando Marques
O que devemos guardar do pródigo teatro musical feito no Brasil das décadas de 1960 e 70? Penso ser possível extrair, daquelas peças e espetáculos, uma teoria do teatro – de matriz local, mas de vocação universal.
Apresento a seguir trechos da introdução de ‘Com os séculos nos olhos’: teatro musical e político no Brasil dos anos 1960 e 1970, livro que deverá ser publicado nos próximos meses pela Editora Dulcina. O livro procede da tese de doutorado que defendi em literatura brasileira, na Universidade de Brasília, em 2006. Leia mais
28.3.2014 | por Fernando Marques
No poema Eterno, o modernista Carlos Drummond garante: “E como ficou chato ser moderno./ Agora serei eterno”. Podemos parafrasear o dito e registrar: nada mais antigo que o moderno, agora queremos ser pós-modernos. E, se o assunto for teatro, seremos então pós-dramáticos. Mas correríamos o risco de jogar fora o bebê com a água do banho ao entender o período pós-dramático, iniciado nos anos 1970, como se fosse de ruptura completa com a história do teatro – desde os gregos. Leia mais
20.3.2014 | por Fernando Marques
A inquietação do personagem do Escritor, em Fogo-fátuo, texto de Samir Yazbek e Helio Cicero, interpretado pelos autores, não se refere apenas a voltar a produzir – uma crise o paralisa há algum tempo. Liga-se também, naturalmente, a desejar escrever obras que o justifiquem e que lhe permitam sobreviver à morte, ao tempo escasso, aos limites do corpo. Se não fosse assim, não haveria por que solicitar uma entrevista a Mefisto, o demônio, sempre ávido por almas íntegras. Leia mais