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“Gabriela Elias"

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Entrevista

A 5ª edição do Glossário de termos e expressões para uso no Exército, de 2018, traz duas menções à arte milenar do teatro, não necessariamente honrosas. A primeira delas define “teatro de guerra” como “Espaço geográfico, terrestre, marítimo, aeroespacial e cibernético que seja ou possa ser diretamente envolvido nas operações militares de uma guerra”. Já o verbete “teatro de operações” é compreendido, por extensão, como a “condução de operações militares de grande vulto, para o cumprimento de determinada missão e para o consequente apoio logístico”. Na portaria anterior, de 2009, o Ministério da Defesa, o Exército Brasileiro e o Estado-Maior do Exército, organizadores desse manual de campanha, ainda não haviam acolhido em suas concepções, conceitos operativos e táticas o entendimento da cibernética, ciência que, diz o dicionário Houaiss, “tem por objeto o estudo comparativo dos sistemas e mecanismos de controle automático, regulação e comunicação nos seres vivos e nas máquinas”. Esses jargões invasores do campo das artes da cena poderiam ser a ponta do iceberg da empreitada do Tablado de Arruar, grupo de São Paulo que chega aos 20 anos disposto a decodificar o que está em jogo na subserviência das Forças Armadas ao bolsonarismo, ou vice-versa.

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Encontro com Espectadores

Em mais um domingo de manifestação contra as instituições democráticas do Legislativo e do Judiciário na Avenida Paulista, ocorrida no dia 25 de agosto de 2019, se deu a 32ª edição do Encontro com Espectadores. Desta vez o foco recaiu sobre Pornoteobrasil, à época a mais recente criação do grupo Tablado de Arruar, tendo como convidados o dramaturgo Alexandre Dal Farra e o diretor Clayton Mariano, sob mediação da jornalista Beth Néspoli. Era o segundo convite feito ao grupo. O primeiro propunha uma discussão sobre a Trilogia abnegação, porém a agenda da dupla não permitiu a participação. Talvez por isso, nessa nova oportunidade, a conversa tenha girado não apenas em torno de Pornoteobrasil, mas tenha se estendido a outras criações do coletivo fundado em 2001 com o espetáculo de rua A farsa do monumento, em especial a citada trilogia.

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Crítica

Entender para imaginar, imaginar para entender. É defronte esse espelho que o Tablado de Arruar tem se postado nos últimos sete e tempestivos anos dentre os seus 18 de atividade teatral em São Paulo. Dar forma ao material extraído da realidade premente, mediado pela sala de ensaio, consumou uma poética da razão antipoética na cena do grupo. As delimitações temporal, temática e historicizante das obras recentes tocam em questões éticas, sociais, políticas e culturais sintomáticas de como o anacronismo ganhava corpo na sociedade a poucos meses das manifestações de junho de 2013, o novo ano que não acabou.

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