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“Marcos Damigo"

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Encontro com Espectadores

Fruto da parceria da Cia. Livre e da Cia. Oito Nova Dança, sediadas em São Paulo, o espetáculo Os um e os outros (2019) abarcou a luta dos povos ameríndios em território brasileiro e suas estratégias para resistir. Trata-se de livre recriação de Os Horário e os Curiácios (1933), uma das peças didáticas de Bertolt Brecht que investiga modos de resistência da chamada “época da contrarrevolução”, instaurada com a ascensão e consolidação da nazismo na Alemanha.

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Encontro com Espectadores

Ao revisitar o universo das radionovelas, o espetáculo Caros ouvintes alinhou entretenimento e reflexão sobre as transformações nas plataformas de difusão a partir de meados do século XX – do rádio para a TV – e problematizou o tom reacionário de como elas foram recebidas nos campos da política e dos costumes por parte da sociedade brasileira. A ação se passa em 1968, sob ditadura civil-militar. As abordagens que se revelam atuais estimulam a pensar ainda a respeito da construção de presença na relação dos artistas com o público. Ontem, pelas ondas radiofônicas. Hoje, sob o imperativo da internet, para a qual convergem os conteúdos da televisão e do cinema, ainda mais prevalente no contexto da pandemia. A 33ª edição do Encontro com Espectadores foi pontuada por assuntos como estes ao receber o autor e diretor Otávio Martins e o ator Dalton Vigh. Eles conversaram com o público em 29 de setembro de 2019, na sala Vermelha do Itaú Cultural, sob mediação da jornalista Beth Néspoli. As participações da atriz Agnes Zuliani e do ator Alex Gruli ampliaram as leituras a propósito da criação que estreou em 2014 e cumpriu diversas temporadas desde então, sendo a mais recente, no Teatro Vivo, interrompida em março pela Covid-19.

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Crítica

Urgente e ancestral, a causa indígena desponta como eixo em Os um e os outros, parceria da Cia. Livre e da Cia. Oito Nova Dança. É a arte confrontando séculos de arbitrariedade e opressão, lidando com o legado das culturas imemoriais dos habitantes originários do Brasil e demais extensões do continente americano. Os estados de presença de uma mulher, de uma criança e de homens do povo Guarani M’Bya amplificam a experiência do público, como se conformassem um bioma cênico na dignidade manifestada através do olhar e da postura. Mais em tupi do que em português, eles se expressavam através de corpo, voz, canto e instrumentos artesanais. A relação com atores, bailarinos e músicos se dá de maneira a reconhecer diferenças e a delinear saberes da floresta. Uma modulação poética microscópica que toca com magnitude no cerne das ameaças ambientais e ainda tem a ver com a noção de espiritualidade (nela contida a ritualidade).

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Reportagem

“Um amontoado de perguntas”. Foi assim que Francisco Medeiros traduziu sua sensação por e-mail dois dias após a roda de conversa realizada no Teatro Cacilda Becker, em São Paulo. Em 25 de outubro de 2016 ele trocou ideias com as atrizes Eloisa Elena, Miriam Rinaldi e Yara de Novaes, mais o dramaturgo Alexandre Dal Farra e este jornalista a propósito das presenças, autonomias e transformações nos processos criativos que envolvem as artes da cena. À época, o diretor lidava com os ensaios de On love, do inglês Mick Gordon, que estreou em 2017, nova parceria com a Cia. Barracão Cultural, a mesma de Facas nas galinhas (2012), do escocês David Harrower.

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Crítica

Quando estreou, em 2014, Caros ouvintes era uma peça que falava do passado. Na obra, escrita e dirigida por Otávio Martins, apareciam em destaque personagens de um mundo às vias de extinção. No fim dos anos 1960, enquanto o Brasil assistia ao acirramento da ditadura militar, crescia o poderio das redes de televisão e chegava ao fim a era das rádios. Cantores, sonoplastas, dubladores, operadores de som e atores das radionovelas perdiam seus empregos e buscavam se recolocar em um mundo transformado.

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