29.3.2018 | por Teatrojornal
As pesquisas de uma autora, uma atriz e uma diretora se encontraram na criação de Enquanto ela dormia – obra que aborda o abuso sistemático de mulheres por meio de uma história pessoal. O espetáculo foi tema do 13º Encontro com o Espectador, que ocorreu no dia 28 de agosto de 2017, no Ágora Teatro. Na ocasião, a encenadora Eliana Monteiro e a atriz Lucienne Guedes, ambas reconhecidas por suas trajetórias no Teatro da Vertigem, conversaram sob a mediação da jornalista e crítica Maria Eugênia de Menezes. Leia mais
A exemplo do que já havia acontecido no Rio, o Prêmio Shell de São Paulo pulverizou as premiações e não elegeu um grande vencedor. Cantata para um bastidor de utopias mereceu dois troféus: melhor Cenário, para Rogério Tarifa, e melhor Música, por Jonathan Silva e William Guedes. Grande favorita da noite, Cais ou da indiferença das embarcações estava indicada em cinco categorias (autor, direção, ator, cenário, figurino e música). Levou apenas o prêmio de melhor autor, para Kiko Marques.
Houve também tom de crítica durante a cerimônia. Premiada como melhor atriz, Fernanda Azevedo, da peça Morro como um país – cenas sobre a violência do Estado, fez um protesto contra a petrolífera que patrocina o prêmio. Em seu discurso, ela relembrou um episódio de 1995, quando o gerente geral da Shell da Nigéria explicitou o apoio de sua empresa à ditadura militar no país: “para uma empresa comercial, que se propõe a realizar investimentos, é necessário um ambiente de estabilidade. As ditaduras oferecem isso”.
Chico Carvalho, de Ricardo III, foi considerado o melhor ator. O grupo Os Satyros foi agraciado na categoria inovação pela realização do evento Satyrianas.
Eva Wilma, que completou 60 anos de carreira, foi a homenageada especial da noite. Alguns dos momentos mais marcantes de sua trajetória foram lembrados pela apresentadora do evento, a atriz Renata Sorrah. Eva foi aplaudida de pé por vários minutos e se emocionou em seu discurso
O júri de São Paulo é formado por Alexandre Mate, Carlos Colabone, Marici Salomão, Mario Bolognesi e Renata Melo.
Confira os vencedores do 26º Prêmio Shell de Teatro de São Paulo:
Autor:
Kiko Marques por Cais ou da indiferença das embarcações
Direção:
Antunes Filho por Nossa cidade
Ator:
Chico Carvalho por Ricardo III
Atriz:
Fernanda Azevedo por Morro como um país – cenas sobre a violência de estado
Cenário:
Rogério Tarifa por Cantata para um bastidor de utopias
Figurino:
Miko Hashimoto por Operação trem-bala
Iluminação:
Fran Barros por Vestido de noiva
Música:
Jonathan Silva e William Guedes por Cantata para um bastidor de utopias
Categoria inovação:
Os Satyros pela projeção, permanência e abrangência do evento Satyrianas na condição de fenômeno histórico-artístico e social.
O homem que vive plugado, conectado, na estrita dependência de equipamentos e máquinas talvez não seja mais humano. Talvez seja um novo humano. Ainda carente de uma ontologia que dê conta de sua complexidade. Com o projeto E se fez a humanidade ciborgue em 7 dias, o grupo Satyros esmiúça a questão em sete diferentes espetáculos. Leia mais