29.4.2023 | por Jessé Oliveira
A história é sempre um ponto de vista construído à imagem e semelhança dos vencedores e das classes dominantes, e sob recortes de raça e gênero. O Brasil elaborou sua história, educação, economia, política e, não seria diferente, o campo das artes seguindo os mesmos paradigmas, especialmente nas artes da cena. Não à toa, a lógica do teatro brasileiro foi uma história obscena, pensando obscenidade como aquilo que deve estar longe dos olhos e causa vergonha, no caso do Brasil, sob o manto da escravidão. Há que se colocar esta narrativa sob a luz do sol, o melhor remédio, a exemplo do que faz o pesquisador João Roberto Faria no livro Teatro e escravidão no Brasil.
Leia mais10.6.2014 | por Maria Eugênia de Menezes
Se um estrangeiro examinasse o que está em cartaz em São Paulo, hoje, teria a impressão de que o teatro brasileiro acabou de ser inventado. Ou, ao menos, de que tudo o que se havia produzido antes não tem o menor interesse. A exceção de Nelson Rodrigues e Plínio Marcos – regularmente revisitados – o que se encontra nos palcos são criações de autores contemporâneos. Leia mais
10.5.2014 | por Teatrojornal
O musical Judas em sábado de aleluia vai na contramão das superproduções do gênero importadas e se propõe a levar à cena uma brasilidade genuína unindo a dramaturgia do primeiro comediógrafo do país, o diplomata carioca Luís Carlos Martins Pena, cujo bicentenário de nascimento será lembrado em 2015, e as músicas da compositora e maestrina também carioca Francisca Edwiges Neves Gonzaga, a Chiquinha Gonzaga (1847-1935). Leia mais
31.3.2014 | por Fernando Marques
O que devemos guardar do pródigo teatro musical feito no Brasil das décadas de 1960 e 70? Penso ser possível extrair, daquelas peças e espetáculos, uma teoria do teatro – de matriz local, mas de vocação universal.
Apresento a seguir trechos da introdução de ‘Com os séculos nos olhos’: teatro musical e político no Brasil dos anos 1960 e 1970, livro que deverá ser publicado nos próximos meses pela Editora Dulcina. O livro procede da tese de doutorado que defendi em literatura brasileira, na Universidade de Brasília, em 2006. Leia mais
Quando o telefone tocou, Nathalia Timberg precisou de algum tempo para responder. Do outro lado da linha, o diretor Roberto Alvim, da cia. Club Noir, fazia-lhe uma proposta para encenar Samuel Beckett. Seria sua primeira incursão pela obra do autor irlandês em seus 60 anos de carreira. Antes de dizer o que acha, ela espera. Pausa. Leva três segundos em silêncio. E só então aceita. Não como quem decide. Mas como se cedesse a um chamado: “Ah, mas aí fica muito tentador…”, disse. Leia mais