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“São Miguel Paulista"

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Artigo

A zona leste de São Paulo são muitas, e atualmente abrange doze subprefeituras. Os territórios da Penha e de São Miguel Paulista, por exemplo, são ao mesmo tempo bairro e distrito. A Penha fica mais próxima do centro expandido da cidade. São Miguel, no limite da periferia urbana. Uma visita à memória da sociedade na década de 1970 permitiria constatar facilmente que essa noção de tempo e espaço era mais dilatada considerando-se a perspectiva do marco zero na Praça da Sé. Ao longo dos anos, o transbordamento geográfico avançou glebas adiante em direção a áreas rurais que viriam a conformar no mapa o também bairro e distrito Cidade Tiradentes.

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Prefácio

[Prefácio ao livro Esumbaú, Pombas Urbanas! – 20 anos de uma prática de teatro e vida, da jornalista Neomisia Silvestre. São Paulo: Instituto Pombas Urbanas, 2009, p. 9-13; projeto gráfico Sato > casa da lapa; revisão Dórica Krajan; 144 p.]

 

Voar? Mas eu não sei voar. O que eu faço é brincar com o vento. (…)

Onde quer que eu caia,uma outra criança irá me colocar no céu,

porque aqui é o meu lugar. Solta a linha!

A personagem Pipa em Ventre de lona, de Lino Rojas

 

Num piscar de séculos, a aldeia indígena, uma terra boa para a agricultura nas várzeas do Rio Tietê, transformou-se em chão para milhares de migrantes nordestinos que viram o céu coberto pela fumaça amarela do enxofre da fábrica. Crescido às custas da industrialização, o bairro de São Miguel Paulista contava 367 anos de história oficial, pós-colonização e catequese pelos brancos, quando o Grupo Pombas Urbanas bateu asas ali, em 1989, como fruto da perseverança do ator, diretor e dramaturgo Lino Rojas. Filho de mãe descende justamente de índios do planalto peruano, ele vivia no Brasil havia 14 anos quando fora cativado pela disponibilidade nata de jovens da região em seus primeiros passos para jogar com essa arte. De fato, certa ancestralidade atravessa a formação do coletivo e serve de base às abordagens conceituais e temáticas dos seus espetáculos, além de orientar a lida e a vida em comunidade. Trata-se de um projeto artístico singular firmado na pororoca do Teatro de Grupo na cidade, a partir dos anos 1990, em paralelo a outros pares que descentralizaram a geografia cênica e redimensionaram a face social do Teatro em São Paulo e em outras partes do Brasil.

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