Menu

Reportagem

No norte do estado do Paraná, uma cidade é guardiã do mais antigo festival de artes cênicas na América Latina. Trata-se do Festival Internacional de Teatro de Londrina, conhecido como Filo, que ocorre há 46 anos de forma ininterrupta – mais da metade da existência da cidade, que comemora 80 anos em 2014.
A 46ª edição do Filo começou na sexta-feira passada (22) e, durante 17 dias de programação, devem passar pela cidade mais de 40 espetáculos de várias vertentes das artes cênicas e da música. Ao todo, serão 91 apresentações por vários pontos da cidade, sendo que 30 delas poderão ser acompanhadas gratuitamente pelo público. Leia mais

Nota

Na sequência do manifesto em defesa de território artístico-cultural (A Arte de sediar existência), que expõe a pressão da especulação imobiliiária sobre os espaços teatrais, o Núcleo Bartolomeu de Depoimentos realiza nesta quarta-feira, 27, em sua sede no bairro da Pompeia, também ameaçada, o debate
“A cidade que queremos”, que intenta expor reflexões sobre o projeto urbano e os territórios culturais da cidade.

“O que está em jogo é uma cidade”, afirma documento do grupo enviado aos jornalistas.

Artistas do núcleo em frente a sua sede na Pompeia

“No pleno exercício dos direitos culturais e artísticos (e suas formas de expressão), considerando sua natureza material e imaterial, que são garantias constitucionais, nós, do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos, gostaríamos de convidar a todos e todas para um debate público. Quais são os modelos possíveis de convivência, entre empreendimentos e o território cultural? Como a destruição inerente as edificações pode conviver com a memória do entorno? O que a cidade recebe em troca de tal iniciativa? De que forma podemos proteger a memória e as formas de criação estética materializadas no território cultural dos espaços–sedes dos coletivos artísticos da cidade de São Paulo? Como lidar com os impasses do processo?”.

Mesa
Mediador: Eugênio Lima
Com: Paulo Celestino (Cooperativa Paulista de Teatro, membro do grupo XIX de Teatro), Vicente Cândido (deputado estadual pelo Partido dos Trabalhadores); Silvia Carmesini (arquiteta); e Maurício Antônio Ribeiro Lopez (promotor chefe da 5ª Promotoria de Habitação e Urbanismo do Ministério Público de São Paulo).

Estrutura do debate:
Cada debatedor terá 15 minutos para expor seu ponto de vista sobre o assunto. Após será aberto para a comunidade/plateia se manifestar. O debate terá a mediação do Núcleo Bartolomeu de Depoimentos. O encontro será registrado (áudio e vídeo) e disponibilizado na internet.

Serviço:
Quando: dia 27/8, quarta-feira, das 20h às 22h30
Onde: Núcleo Bartolomeu de Depoimentos (Rua Dr. Augusto de Miranda, 786, Vila Pompeia, São Paulo, tel. 11 3803-9396 ou email: nucleobartolomeu@gmail.com)

Nota

A edição numero 14 da Cavalo Louco – Revista de Teatro da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz foi lançada no último dia 25 na Terreira da Tribo, em Porto Alegre. A publicação semestral que veicula reflexão sobre a prática teatral é a única do gênero com periodicidade regular no sul do país. Sua distribuição é nacional e gratuita. Leia mais

Crítica

Interessantíssimo: o monólogo Calango deu! Os causos de dona Zaninha, espetáculo carioca exibido no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília, durante o festival Cena Contemporânea, é brasileiro até a raiz dos cabelos ou das unhas, mas não guarda nem de longe o ar missionário de quem resgata ou recupera alguma coisa. Isto é, os artistas da Cia. Caititu tratam suas fontes – no caso, o interior de Minas – como coisa viva, sem nostalgia excessiva e sem o olhar vagamente superior com que os da cidade por vezes miram o campo ou, como diria dona Zaninha, a roça. Tudo respira e é deliciosamente engraçado. Leia mais

Crítica

O teatro de pesquisa tem na obra de Plínio Marcos o chamamento à apropriação de suas bases realistas, a fala batucada, os fotogramas duros e poéticos extraídos das precariedades material e humana na representação dos desvalidos, dos marginalizados. Abismos sociais resistentes há décadas com igual urgência que, de tão gritante, podem turvar o potencial inventivo a ser fundado em cena. Leia mais

Crítica

Percorrer a obra do coletivo espanhol El Conde de Torrefiel tem a ver com mergulhar numa instalação sensorial. Sentado na arquibancada semiarena, o público nem precisa abandonar o assento – e tampouco o faz – para ser guindado pelo fluxo narrativo dessa lancinante plataforma multidisciplinar de escrituras literária, visual, sonora e coreográfica. O expediente da acumulação enverga o sujeito da contemporaneidade em seu labirinto em La chica de la agencia de viajes nos dijo que había piscina en el apartamento, projeto em que tudo é movimento, a começar pelo título. Leia mais

Crítica

Transfusão rodriguiana

23.8.2014  |  por Valmir Santos

A Cia. Novos Candangos faz uma opção defensável ao levar à cena uma das peças mais difíceis de Nelson Rodrigues, Perdoa-me por me traíres (1957), cruzando-a esteticamente com o filme cult The Rocky Horror picture show (1975). O ritmo frenético do primeiro ato tem tudo a ver com a alta voltagem que o diretor australiano Jim Sharman imprime em sua mistura de musical, comédia e trash movie repleta de tipos estranhos e divertidos. Leia mais

Crítica

As quebras de expectativas no encontro dos bailarinos Pichet Klunchun e Jérôme Bel são inversamente proporcionais ao livro infinito dos vocabulários asiático e europeu que eles abrem pacientemente em cena a partir de suas biografias primeiras, o corpo. A via negativa serve a outras singularidades expressivas. Não há o tratamento espetacular em luz, som, espaço e figurinos, mas transparece a presunção de coreografia desse rico material organizado na cabeça do espectador. A impregnação do pensamento pela palavra – fala-se bastante com a mesma qualidade de atenção que um observa a “dança” do outro – intercala escutas e silêncios reveladores da gênese cultural do que vem a ser movimento, ação ou gesto nas composições discursivas e expositivas. Leia mais

Crítica

Conselho de classe explicita a urgência do seu tema com o mesmo pulso experimental dos melhores momentos da Cia. dos Atores em duas décadas e meia. O espetáculo é cirúrgico nos descaminhos da educação ao projetar o microcosmo de uma escola pública sob a ótica dos seus professores, ponte entre aprendiz e sociedade – se esta assim o desejasse. Do diagnóstico alarmante ao rancor seria um triz. Mas o quadro é mais complexo do que a realidade pinta. É sobre ela, realidade, que os criadores incidem dialeticamente, chamando o espectador à assembleia cidadã sem ungi-lo para tal. Um sistema de linguagem bem urdido dá conta disso justamente a partir das precariedades material e pedagógica expostas. E nos deparamos com o tamanho da resignação no país de Paulo Freire, Darcy Ribeiro ou Milton Santos que tanto se indignaram. Leia mais

Reportagem

A natureza dramática dos escritos de Luigi Pirandello (1867-1936) e o expediente da coprodução são duas orientações-chave para navegar na programação do 15º Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília. Foram escaladas 23 encenações oriundas da Espanha, Escócia, França, Argentina e Brasil. As apresentações acontecem durante 13 noites, entre 19 e 21 de agosto, ocupando oito espaços, dois deles ao ar livre. Leia mais