6.3.2020 | por Valmir Santos
A reatividade como mecanismo de defesa vem dando lugar ao ato criador por essência em tempos de guerra anticultural no Brasil. Artistas, produtores, estudantes, pedagogos, gestores e demais sujeitos em diferentes áreas de expressão articulam modos mais horizontais, inventivos e politicamente perspicazes de confrontar o autoritarismo de Estado.
Mobilizações ocorridas em São Paulo desde o final de 2019, ao ar livre ou em espaços culturais, sinalizaram procedimentos mais inspiradores na hora de pensar, organizar e articular poeticamente ações e discursos contra o estado de coisas. Afinal, quem atua junto às ciências humanas possivelmente tem amigos ou familiares com transtornos de somatização diante das medidas desse governo doentio que mina os direitos sociais e põe a democracia em risco. Daí redobrar resistências físicas e psicológicas para ir à luta.
Leia mais7.11.2019 | por Valmir Santos
A mensuração do tempo na experiência do teatro vive pregando peças. O calendário gregoriano tanto pode operar a favor como atravancar o caminho de um espetáculo. Fatos avassaladores muitas vezes concorrem com episódios ficcionais. Basta lembrar de criações que estrearam antes ou pouco após 2013, quando o Brasil urbano foi ocupado por protestos difusos. As Jornadas de Junho provocaram ressignificações para o bem e para o mal. Daqui de 2019, não é difícil constatar as deformações moral e institucional, na esfera do país; ou de caráter, levando-se em conta os ódios profundos arrancados dos armários do brasileiro mais abjeto. No caso de Zabobrim, o rei vagabundo, de 2015, a apresentação no contexto do Festivale, em São José dos Campos, comprovou o quanto a obra de quatro anos atrás é atualizada em tópicos e lampejos, por mais que a disputa com a realidade tenha se tornado cada vez mais acirrada, às vezes por um nariz. O grupo campineiro Barracão Teatro, diga-se, jamais deixou de roçá-la em 21 anos de estrada.
Leia mais15.2.2014 | por Valmir Santos
O Feverestival – Festival Internacional de Teatro de Campinas chega à 10ª edição com disposição para recuperar fôlego após intervalo de dois anos em que o evento foi inviabilizado por falta de recursos. Seu núcleo organizador rearticulou-se para não deixá-lo morrer. Leia mais
29.7.2012 | por Valmir Santos
Esta dissertação circunscreve os mecanismos de organização e criação de três grupos teatrais radicados no distrito de Barão Geraldo, Campinas, SP. Os dados são coletados a partir de observações, anotações de campo e entrevistas. Como forma narrativa, procuramos colocar em relevo a subjetividade entredita nos discursos e práticas. Retraçamos o percurso histórico do lugar e dos três grupos eleitos para a análise: o Lume – Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais, a Boa Companhia de Teatro e o Barracão Teatro. Leia mais