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Publicações com a tag:

“Beth Néspoli"

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“Beth Néspoli"

Crítica

Em São Luís

Pode nem ter sido proposital, mas o contraponto entre as formas dramática e a narrativa no espetáculo As três fiandeiras, apresentado já na reta final da X Mostra de Teatro no Maranhão, funciona como uma espécie de argumento a favor da segunda. Leia mais

Crítica

Em São Luís

Numa arte presencial e territorial como o teatro, o empenho pode ser tão importante quanto o desempenho. O objeto artístico que nasce da necessidade irrefreável de expressar inconformidade com algum aspecto da vida social ou da existência tende a produzir relevância de alguma ordem mesmo se os recursos de linguagem nele investidos são precários. Já um ponto de partida frágil, por exemplo, baseado em vaidade ou oportunidade, pode tornar inócuas as formalizações mais elaboradas. Mas quando é preciso dialogar com uma cena cujo processo pouco se conhece, a tentativa de interlocução coloca o crítico na mesma situação do artista-palhaço, ou seja, diante da possibilidade do tombo que expõe os fundilhos rotos da ignorância. Não importa de que lado da ribalta se está, há que correr risco.

É difícil compreender a gênese do solo da atriz e palhaça Nilce Braga, Eles e nós, apresentado na X Semana de Teatro no Maranhão. Leia mais

Crítica

Em São Luís

Não vem exatamente de um grupo ou companhia teatral o espetáculo Núpcias, apresentado na noite de quarta-feira na programação da X Semana de Teatro no Maranhão. Mesmo a palavra espetáculo, como termo significando produto de consumo cultural, talvez não lhe caiba, ao menos como ponto de partida. O Núcleo Atmosfera (NUA) que lhe dá origem foi criado há dez anos no âmbito do Departamento de Artes Cênicas da Universidade Federal do Maranhão Leia mais

Crítica

A guerra das palavras

7.11.2015  |  por Beth Néspoli

A ação da peça Fidel-Fidel! Conflicto en la prensa, com a qual o grupo argentino El Bachín Teatro comemora seus 15 anos de existência, transcorre dentro da redação do fictício jornal A República, no dia 31 de dezembro do ano de 1958. Trata-se de uma escolha estratégica para Leia mais

Resenha

As portas do teatro se abrem e o público aos poucos se acomoda. Toca o primeiro sinal. A cortina fechada estufa por alguns segundos como se alguém dentro do palco nela tivesse esbarrado. Em seguida é possível escutar o som abafado de um móvel sendo vagarosamente arrastado e sussurros, talvez dos técnicos, possivelmente um último acerto de cenário. Ao terceiro sinal, a sala escurece, a cortina se abre e… Não há absolutamente nada no palco, nenhuma cenografia. Leia mais

Crítica

Dirigida por Eliana Monteiro, a mais recente encenação do Teatro da Vertigem, O filho, tem como fonte de inspiração Carta ao pai, texto do escritor tcheco Franz Kafka endereçado ao seu pai e jamais enviado, só publicado postumamente. Trata-se do documento vivo da relação conflituosa entre eles, relato de sentimentos jamais expressos em diálogo. Leia mais

Reportagem

Uma dança da chuva ao som de uma canção ritual croata abre no sábado, 25/4, no Teatro Oficina, a temporada de O banquete com dramaturgia e direção de José Celso Martinez Corrêa. A retomada da obra de Platão, já encenada pelo grupo Uzyna Uzona em 2009, se dá como contraponto ao atual momento político brasileiro de conservadorismo estridente. Contra o ódio desagregador, o Oficina propõe Eros como afeto político apostando nos vínculos amorosos como propiciadores de uma sociabilidade atravessada por mais ética e sabedoria, pensamento socrático que está no cerne de O banquete. Leia mais

Crítica

Em se tratando de uma criação que vem de Moscou, a primeira cena do espetáculo Opus nº 7 – a transformação de uma trabalhadora em cantora lírica – pode ser lida como síntese de um período privilegiado na história da humanidade, transcorrido nos anos seguintes à revolução bolchevique de 1917, quando a utopia de uma nova sociedade pareceu possível. Bastaria o empenho de mãos humanas dispostas ao trabalho criativo para alterar a matéria do mundo. Tal pensamento, e suas implicações, parece fundar a linguagem do diretor russo Dmitry Krymov, cenógrafo e artista gráfico cuja encenação se constitui como um embate dos atores com os objetos cênicos. Sua poética privilegia imagem e música – aspecto que facilita e intensifica a experiência de interação da plateia brasileira, liberada da leitura de legendas a maior parte do tempo. A técnica de animação de objetos faz tudo parecer possível sob as luzes da ribalta. Mas não é bem assim. Para além do espaço iluminado da cena há uma zona escura e invisível, mas não inativa. Dali também tudo pode vir. Leia mais

Crítica

Trabalho final de um curso de teatro: um menino forra uma caixa de papelão com papel laminado, fura a parte de cima para a entrada de uma lâmpada, escreve a palavra teatro na tosca edificação e diz ao público que cada um deve imaginar sua própria peça. Pela via da negação ou da inocência é fácil ativar a imaginação, poderia ser a moral dessa fábula infantil. Dela vale tirar a pergunta: como engendrar uma poética com potência estética tendo como plataforma de salto a acumulação simbólica no campo da cultura e da arte? Tal desafio funda a teatralidade de Stifters dinge, espetáculo-instalação engendrado por Heiner Goebbels em parceria com uma equipe de criadores com quem esse músico-diretor vem trabalhando há décadas e, portanto, com os quais vem afinando sua linguagem. Leia mais

Crítica

Na cena contemporânea não raro depara-se com procedimentos criados para sabotar a compreensão. Quando o problema não é fruto de precariedade, o objetivo é estimular o espectador – quase sempre ávido por construir sentido rapidamente – a descartar os elementos mais facilmente acessáveis de seu repertório cultural e escavar um pouco mais fundo no movimento em direção à obra. Leia mais