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“São Paulo"

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Reportagem

O evento “Em busca de um teatro gay (2000-2010)” retoma programação na terça-feira, 13/1, elegendo em seu ciclo de debates o premiado espetáculo Luis Antônio – Gabriela, criação de 2011 do diretor e coautor Nelson Baskerville e da Companhia Mungunzá de Teatro. Na Casa Contemporânea, em São Paulo, Baskerville conversa com o diretor, dramaturgo, crítico e pesquisador Rodrigo Dourado, do Recife, sobre aspectos formais e temáticos da obra que evidencia a intolerância gerada pela homofobia e as agruras da floração da sexualidade em ambiente familiar determinado pela sociedade conservadora. Leia mais

Reportagem

Após passar pelas sedes do Grupo Tá na Rua, no Rio de Janeiro, e do Grupo do Beco, em Belo Horizonte, o projeto Conexões para uma arte pública chega ao espaço do núcleo Pombas Urbanas, o Centro de Arte em Construção, em São Paulo. A articulação é da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz, de Porto Alegre, compreendendo um dezembro de intercâmbios até domingo (21/12). Leia mais

Crítica

Despidos da máscara da representação, ainda assim os gestos e as falas não traem a qualidade da presença de palco desses corpos amadurecidos pelas artes da dança, do teatro e, tangencialmente, do cinema. Ocupando duas cadeiras no centro de um auditório do Sesc Pinheiros, numa tarde paulistana da semana passada, o letão Mikhail Baryshnikov, de 66 anos, e o americano Willem Dafoe, de 59 anos, mostram-se pacientes, conscienciosos e bem-humorados diante de jornalistas ávidos pelas razões que os movem em The old woman (A velha), em turnê latino-americana por São Paulo, Rio de Janeiro e Buenos Aires até este mês. Leia mais

Reportagem

2014 é o ano da Copa do Brasil. E da exposição internacional do teatro brasileiro. “O Brasil e suas artes cênicas se tornaram referência mundial”, diz Octavio Arbelaez, curador do Festival Ibero-americano de Teatro de Bogotá, evento cultural mais importante da Colômbia e um dos maiores festivais de artes cênicas do mundo, cuja 14ª edição, que aconteceu em abril, homenageou o Brasil apresentando um panorama do teatro do país em sua programação. Leia mais

Prefácio

[Prefácio ao livro Esumbaú, Pombas Urbanas! – 20 anos de uma prática de teatro e vida, da jornalista Neomisia Silvestre. São Paulo: Instituto Pombas Urbanas, 2009, p. 9-13; projeto gráfico Sato > casa da lapa; revisão Dórica Krajan; 144 p.]

 

Voar? Mas eu não sei voar. O que eu faço é brincar com o vento. (…)

Onde quer que eu caia,uma outra criança irá me colocar no céu,

porque aqui é o meu lugar. Solta a linha!

A personagem Pipa em Ventre de lona, de Lino Rojas

 

Num piscar de séculos, a aldeia indígena, uma terra boa para a agricultura nas várzeas do Rio Tietê, transformou-se em chão para milhares de migrantes nordestinos que viram o céu coberto pela fumaça amarela do enxofre da fábrica. Crescido às custas da industrialização, o bairro de São Miguel Paulista contava 367 anos de história oficial, pós-colonização e catequese pelos brancos, quando o Grupo Pombas Urbanas bateu asas ali, em 1989, como fruto da perseverança do ator, diretor e dramaturgo Lino Rojas. Filho de mãe descende justamente de índios do planalto peruano, ele vivia no Brasil havia 14 anos quando fora cativado pela disponibilidade nata de jovens da região em seus primeiros passos para jogar com essa arte. De fato, certa ancestralidade atravessa a formação do coletivo e serve de base às abordagens conceituais e temáticas dos seus espetáculos, além de orientar a lida e a vida em comunidade. Trata-se de um projeto artístico singular firmado na pororoca do Teatro de Grupo na cidade, a partir dos anos 1990, em paralelo a outros pares que descentralizaram a geografia cênica e redimensionaram a face social do Teatro em São Paulo e em outras partes do Brasil.

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Folha de S.Paulo

São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2007

TEATRO

VALMIR SANTOS
Do Enviado a Avignon (França)

Ariane Mnouchkine é nome catalisador no teatro francês. Basta acompanhar sua presença no Festival de Avignon, há anos um espaço cativo para seus espetáculos e falas públicas. Os espectadores, os artistas e a crítica jamais lhe são indiferentes. Nem ela. 

Uma das fundadoras do Théâtre du Soleil, em 1964, ao lado de amigos estudantes, a encenadora é identificada com as causas socialistas, traduzidas no plano artístico em criações coletivas. Ela já visitou o Brasil em várias ocasiões, participando de conferências. Em “Les Éphémères” (os efêmeros), assume a emoção como vetor para a reflexão. “A emoção não bloqueia o pensamento, faz parte da vida. E o teatro não pode passar ao largo dela.” 

A seguir, trechos do breve encontro com a Folha durante sessão de “Les Éphémères” num parque expositivo de Avignon, no mês passado. (VALMIR SANTOS) 
 

FOLHA – Há uma certa reserva mitificadora em torno de seu nome e do Théâtre du Soleil. O motivo disso seria a manutenção das utopias dos anos 60? 

ARIANE MNOUCHKINE – Existe essa mitificação, mas não é minha culpa. As utopias do grupo são as mesmas, não acabaram. É um sonho de 43 anos, e não significa um sonho nas nuvens. 

Você o vê aqui, feito de muito barulho de panela [olha para a cozinha onde está sentada, nos bastidores, na qual artistas preparam comida], muito trabalho e dificuldade; muita alegria e às vezes um pouco de sofrimento.
 

FOLHA – E a evolução do ponto de vista estético? 

MNOUCHKINE
– Houve mudanças, é claro. Mas penso que o caminho de um grupo de 43 anos é procurar a vida, a verdade. E para isso existem momentos, épocas. É como um pintor que tem um período azul, outro rosa, cada um a seu tempo. Os grupos também têm sua época.
 

FOLHA – Qual o potencial da prática da criação coletiva hoje? 

MNOUCHKINE – Ela se transformou e ficou ainda mais coletiva. Isso é curioso. Antes, quando a encenação não era coletiva, o cenário é que era coletivo. Era coletivo o trabalho de improvisação, os figurinos, mas a encenação não. Agora, mesmo o cenário e a encenação são coletivos.
 

FOLHA – Qual a expectativa em finalmente se apresentar na América Latina, onde a criação coletiva é bem disseminada? 

MNOUCHKINE
– Nem sempre a possibilidade do trabalho coletivo é recíproca. Mas a expectativa é gigante, sim. Foi preciso passar 43 anos para a gente pôr o pé na América Latina.
 

FOLHA – “Les Éphémères” parece valorizar a menor grandeza, os pequenos milagres do cotidiano das pessoas comuns. 

MNOUCHKINE
– Sim. No trabalho de criação a gente procura justamente o pequeno para achar o grande. 

Você tem razão, são pequenos milagres, pequenas gavetas trancadas com as grandes tragédias. Trata dessa coisa enorme que é a vida humana. Mostra o quanto somos semelhantes em muitos momentos.
 

FOLHA – Mesmo abandonando o tom espetacular das montagens anteriores, a sra. acha possível alcançar essa dimensão épica por meio do universo íntimo dos personagens? 

MNOUCHKINE
– Apesar de tudo, tem algo de épico nesse não épico. O épico não é sempre [emite sonoridade onomatopaica para dar noção de grandiosidade]. Mas estou de acordo em ser questionada sobre isso, sobre o sentido real da palavra épico.



O jornalista VALMIR SANTOS viajou a convite do Consulado Geral da França em São Paulo

 

Folha de S.Paulo

São Paulo, terça-feira, 01 de maio de 2007

TEATRO
“Deus lhe Pague” estréia hoje no Espaço Cultural Juca Chaves

VALMIR SANTOS
Da Reportagem Local

Os estudiosos dizem que o ator carioca Procópio Ferreira (1898-1979) teria subido ao palco mais de 3.500 vezes para representar o papel duplo de rico/mendigo em “Deus lhe Pague”, seu maior sucesso. 

Aquela montagem estreou em São Paulo há quase 75 anos, em 30 de dezembro de 1932, no teatro Boa Vista (então uma das oito salas da cidade). A produção mais recente da comédia de Joracy Camargo (1898-1973), jornalista e também carioca, entra em cartaz hoje no Espaço Cultural Juca Chaves. 

A iniciativa é da recém-nascida Cia. Luz Cênica, que escolhe o Dia do Trabalho justamente porque Camargo é considerado um dos pioneiros do “teatro social” ao abordar a figura do operário na dramaturgia brasileira. 

O espetáculo é dirigido por Alberto Centurião, 55. “O texto mantém-se atual em muitos aspectos, como a atitude do sujeito que abusa da caridade pública e a crítica indireta à religião, como se dar esmola fosse cumprir uma graça”, diz. 

“Deus lhe Pague” conta a história de inventor frustrado que enriquece pedindo ajuda em porta de igreja, sobretudo “em dia de missa de defunto rico”. 

O texto se passa no então presente (1932), mas, a certa altura, retrocede 30 anos, quando esse homem é traído e preso como ladrão. 

O “flashback” o apanha ainda na noite anterior, a usufruir de luxo -contraste com a condição de mendigo que, no hoje da peça, conversa com um miserável de verdade. 

Em seu “Panorama do Teatro Brasileiro” (1962), o crítico e historiador Sábato Magaldi afirma que o prestígio da peça “não impede que ela nascesse de um lugar-comum, se nutrisse de frases feitas e desembocasse em subfilosofia”. 

Opinião diversa da Luz Cênica, que vê na obra oportunidade para rir e pensar “os efeitos perversos do capitalismo”. A intenção do quinteto de atores (Jefferson Poli, Elizabeth Cavalcante, Dirce Couto, Jonas Antunes, Júlio César Dória) é atrair o espectador idoso com sessões no horário das 18h. 



Deus lhe pague
Onde: Espaço Cultural Juca Chaves (r. João Cachoeira, 899, 2º piso, hipermercado Extra Itaim Bibi, tel. 3073-0044) 
Quando: estréia hoje, às 18h; ter. e qua., às 18h; até 27/6 
Quanto: R$ 40