25.10.2023 | por Valmir Santos
No intervalo de três meses e meio o teatro nacional se despediu de artistas vitais na fundação de dois de seus grupos há mais tempo em atividade na capital paulista: o Oficina/Uzyna Uzona de José Celso Martinez Corrêa, morto em julho, aos 86 anos, então prestes a completar 65 de trabalho artístico continuado, e o Teatro União e Olho Vivo, o TUOV de César Vieira, que morreu na segunda (23), aos 92 anos e 57 de caminhada coletiva.
Leia mais20.3.2023 | por Teatrojornal
De quando em quando, é preciso parar e pensar mais detidamente a propósito do caminho pisado até aqui. No caso da realidade brasileira em tela, a tarefa da reflexão ativa é redobrada pela combinação da pandemia de Covid-19 (principiada em março de 2020 e ora arrefecida) com os anos Bolsonaro no poder (2019-2022). É sob o impacto de transformações na sociedade, inscritas na linha de tempo de duas décadas para cá, que a partir de segunda-feira (20) o TUSP – Teatro da Universidade de São Paulo, na região central da cidade, realiza o ciclo de debates Roda de memória do futuro, compreendendo nove noites semanais até maio.
Leia mais12.7.2018 | por Kil Abreu
O rei da vela é, como as pessoas do teatro costumam tratá-la, uma peça avançada para os anos 30 do século passado, se o ponto de vista for o da invenção estética. Nela Oswald de Andrade costura de maneira inusual para os modelos dramatúrgicos da época, em traços grossos e em dialética carnavalesca, o momento de passagem dos lugares de poder, da tradicional família rural brasileira, já falida, para as dinâmicas do capital financeiro então nascente, em termos de hegemonia econômica. É o teatro politico e experimental de um autor atento à necessidade de traduzir em forma nova uma realidade em profundo processo de mudança. Leia mais
24.4.2015 | por Beth Néspoli
Uma dança da chuva ao som de uma canção ritual croata abre no sábado, 25/4, no Teatro Oficina, a temporada de O banquete com dramaturgia e direção de José Celso Martinez Corrêa. A retomada da obra de Platão, já encenada pelo grupo Uzyna Uzona em 2009, se dá como contraponto ao atual momento político brasileiro de conservadorismo estridente. Contra o ódio desagregador, o Oficina propõe Eros como afeto político apostando nos vínculos amorosos como propiciadores de uma sociabilidade atravessada por mais ética e sabedoria, pensamento socrático que está no cerne de O banquete. Leia mais
18.12.2014 | por Valmir Santos
Inevitável a analogia da obra de Lenise Pinheiro com a de Fredi Kleemann (1927-1974). Ela está para o Teatro Oficina Uzyna Uzona, do reflorescimento do grupo no início da década de 1990 até os dias de hoje, assim como o ator e fotógrafo – nascido na Alemanha e chegado ao Brasil aos seis anos – está para a companhia Teatro Brasileiro de Comédia (1948-1964). Cada um a seu modo, contracenaram profissional e intimamente com as gerações de artistas que frequentaram, respectivamente, as ruas Major Diogo e Jaceguai, no Bexiga paulistano, em diferentes momentos históricos que as fotos de cena e dos bastidores testemunharam com as singularidades de seu tempo. Leia mais