Menu

Crítica

Crítica

Crítica

Aquilo que é da ordem do imprevisto, do acaso, surge calculadamente esquadrinhado no palco para erguer a biografia não autorizada e devidamente inventada de uma mulher e da cidade que mais a forjou para o mundo. Leia mais

Crítica

Não é incomum que atores procurem no teatro papéis que sirvam para dar nova dimensão e credibilidade às suas carreiras. Na Broadway, galãs e mocinhas do cinema buscam reconhecimento ao montar clássicos. Aqui, a lógica também se repete, prioritariamente entre aqueles que construíram suas trajetórias na TV. Funciona como uma espécie de certificado de que, por trás da fama, existe talento. Leia mais

Crítica

Levar a vida é preciso: aproveitar o momento, não se preocupar muito porque tudo passa rapidamente. Eis a receita do homem contemporâneo para escapar do trágico. Incêndios, espetáculo do autor libanês Wajdi Mouawad protagonizado por Marieta Severo, vem demonstrar quão tolo – ou inútil – pode resultar esse estratagema do nosso tempo. Da tragédia não se escapa. O terrível não respeita nossos planos, não se curva às nossas conveniências. Não existe consolo, esse artista parece nos dizer. Mas existe o afeto. Leia mais

Crítica

Durante 19 dias a capital dos gaúchos estava mais movimentada, uma vez que a 21ª edição do Festival Porto Alegre em Cena terminou nesta segunda (22). Com coordenação-geral e curadoria assinada por Luciano Alabarse, o festival apresentou 11 espetáculos internacionais (sendo oito deles da Argentina, além de Uruguai, Portugal e Estados Unidos), 16 atrações nacionais (da Bahia, de Pernambuco, do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Minas Gerais), além de 13 montagens locais. Leia mais

Crítica

Do mesmo modo que ser produzido e/ou estar em cartaz no Rio de Janeiro e São Paulo, hoje, beneficiam a divulgação de qualquer fato cultural comparado ao que se faz e/ou acontece, por exemplo, no Piauí, o fato de ser americano obviamente deve influenciar os críticos que consideram Edward Albee “um dos mais importantes dramaturgos do teatro moderno” ainda vivos. Os Estados Unidos são, digamos assim, a maior caixa de ressonância de notícias do mundo atual, o que obviamente ajuda a divulgar e promover sua riquíssima produção cultural. Leia mais

Crítica

Representante única da produção peruana no Mirada – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas de Santos, Criadero serve-se do formato da autoficção e supera as armadilhas dessa escolha quando envolve o universo feminino próximo dos 40 anos triscando os lugares-comuns da autoajuda. Não é o caso. O conteúdo testemunhal de duas atrizes centra na condição de ser mãe enquanto uma terceira ainda não teve filho, mas congelou os embriões para quem sabe. A dramaturgia e direção de Mariana de Althaus – aliás, ela não veio ao Brasil por conta da gravidez – toma esse material colaborativo pelas mãos e o transforma numa experiência convincente de quem quer contar boas histórias em primeira pessoa e enreda o outro – o espectador – de maneira inspirada. Leia mais

Crítica

Circum-navegar a palavra

14.9.2014  |  por Valmir Santos

O grupo chileno Teatro en el Blanco crava em La reunión o poder da retórica que enfeixa ator e voz no domínio técnico assim como, no plano das ideias, atrita história e ficção ao jogar com avatares dos processos de colonização. As figuras da rainha Isabel e do navegador Cristovão Colombo são catapultadas de cinco séculos atrás para uma arena expositiva das seduções do e pelo poder aplicáveis aos sistemas políticos de todas as épocas. Leia mais

Crítica

Em La imaginación del futuro, o diretor Marcos Layera e a Compañía de Teatro La Resentida revolvem uma passagem trágica do Chile: o golpe militar e consequente morte do presidente Salvador Allende, que teria cometido suicídio em 11 de setembro de 1973 sob bombardeio do Palácio La Moneda, no centro de Santiago (outra versão diz que ele foi assassinado por soldados). Não falta adrenalina ao espetáculo que abriu o 3º Mirada – Festival Ibero-Americana de Artes Cênicas de Santos, seja pela expressão física das atuações ou pela ousadia dessa jovem geração que está em cena, criou a dramaturgia em colaboração e maneja esse material explosivo incorrendo em riscos no exercício de dialogar com o mito e dessacralizar o estadista que influenciou o destino da nação. Leia mais

Crítica

A peça Cuarteto del alba (2013), ou Quarteto do alvorecer, numa tradução livre, emenda falas, sentimentos, sensações, pensamentos, tempos e lugares como num plano sequencia que poderia se passar na cabeça de uma pessoa. O ato rememorativo que o barcelonês Carlos Gil Zamora deseja tornar presente no teatro vem modulado por quatro vozes multifacetadas. Elas são o dínamo de uma narrativa de extrações lírica e pungente. Leia mais

Crítica

Interessantíssimo: o monólogo Calango deu! Os causos de dona Zaninha, espetáculo carioca exibido no Teatro Funarte Plínio Marcos, em Brasília, durante o festival Cena Contemporânea, é brasileiro até a raiz dos cabelos ou das unhas, mas não guarda nem de longe o ar missionário de quem resgata ou recupera alguma coisa. Isto é, os artistas da Cia. Caititu tratam suas fontes – no caso, o interior de Minas – como coisa viva, sem nostalgia excessiva e sem o olhar vagamente superior com que os da cidade por vezes miram o campo ou, como diria dona Zaninha, a roça. Tudo respira e é deliciosamente engraçado. Leia mais