20.3.2015 | por Helena Carnieri
Numa das sessões de um espetáculo que saiu de cartaz no último domingo, três pessoas que ocupavam uma das primeiras fileiras se levantaram nos primeiros dez minutos da peça e foram embora. Sem entrar no mérito dos bons modos no teatro – no cinema, os atores não enxergam quem sai no meio do filme –, o episódio faz pensar sobre o que leva alguém a gostar ou desgostar de uma montagem. Leia mais
19.3.2015 | por Teatrojornal
Mal terminaram de se encontrar na programação da recém-concluída Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp, o diretor artístico Antônio Araújo (Teatro da Vertigem) e o diretor russo Dmitry Krymov (cuja companhia de mesmo nome pisou o Brasil pela primeira vez com Opus nº 7) têm mais uma jornada comum agendada para 8 a 18 de junho deste ano, quando integram o júri da Quadrienal de Praga: Espaço e Design Cênico, a PQ 2015, na sigla em inglês. Eles irão se juntar a sete membros da comissão internacional parar definir os premiados em 20 categorias na 13ª edição do encontro mundial paradigmático no campo da pesquisa e da criação em cenografia, figurino, iluminação, sonoplastia e tecnologia cênica. Leia mais
17.3.2015 | por Kil Abreu
Mesmo com o recorte curatorial razoavelmente preciso, amparado nos eixos que foram propostos para a MIT 2015, que por um momento recaem sobre temas, assuntos e em outros sobre meios implicados na criação, é uma evidência que o diverso se impõe porque em qualquer caso os contornos desse campo anunciado se alargam na mesma medida em que os temas se transformam em questões de pensamento nem sempre pacíficas e os jogos com a linguagem se renovam a cada um dos trabalhos apresentados na Mostra. Mas, se o diverso é uma evidência é preciso então investigar as suas nuances. Porque uma crítica que se conforma à constatação da diversidade ou à sua mera descrição é uma crítica natimorta. Exije-se, pois, para sair fora dessa condição, certo espírito de uma aventura possível de pensamento. Leia mais
17.3.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
Em sua segunda edição, a Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) conseguiu consolidar seu lugar. Encerrado no domingo, após dez dias de programação, o evento já tem data marcada para 2016 e foi capaz de superar várias das dificuldades do ano de estreia. Leia mais
16.3.2015 | por Daniel Schenker
No início de E se elas fossem para Moscou?, Isabel Teixeira diz que os espectadores talvez não estejam diante de uma encenação e nem de um filme, mas de ambos. “É nesse espaço entre que a gente vai se reinventar”, diz. No entanto, esse “entre” não desponta como indefinição – no sentido de um híbrido que não se afirma nem como teatro, nem como cinema –, e sim como acúmulo. Realizado pela diretora Christiane Jatahy como um díptico – diferentes plateias assistem à montagem e ao filme resultante do registro de cada apresentação –, E se elas fossem para Moscou? acumula teatro e cinema, passado e presente, atuação diante do público e da câmera, espaço da cena e da plateia. Cabe investigar cada um desses acúmulos. Leia mais
15.3.2015 | por Valmir Santos
Ao deslocar o referencial dramático dos protagonistas para a coadjuvante, os criadores de Senhorita Julia não apenas reelaboram no texto o lugar da criada, valorizando o monólogo interior sem macular as demais vozes, como estabelecem no palco um sistema global de fluxo de consciência apoiado por outros níveis narrativos de imagens, sons e espaços. A alteridade que brota dos sentimentos de Kristin coabita também o público observador das operações cênicas e cinematográficas conjugadas. Trata-se de um percurso de contrações da alma. Leia mais
15.3.2015 | por Beth Néspoli
Em se tratando de uma criação que vem de Moscou, a primeira cena do espetáculo Opus nº 7 – a transformação de uma trabalhadora em cantora lírica – pode ser lida como síntese de um período privilegiado na história da humanidade, transcorrido nos anos seguintes à revolução bolchevique de 1917, quando a utopia de uma nova sociedade pareceu possível. Bastaria o empenho de mãos humanas dispostas ao trabalho criativo para alterar a matéria do mundo. Tal pensamento, e suas implicações, parece fundar a linguagem do diretor russo Dmitry Krymov, cenógrafo e artista gráfico cuja encenação se constitui como um embate dos atores com os objetos cênicos. Sua poética privilegia imagem e música – aspecto que facilita e intensifica a experiência de interação da plateia brasileira, liberada da leitura de legendas a maior parte do tempo. A técnica de animação de objetos faz tudo parecer possível sob as luzes da ribalta. Mas não é bem assim. Para além do espaço iluminado da cena há uma zona escura e invisível, mas não inativa. Dali também tudo pode vir. Leia mais
15.3.2015 | por Daniel Schenker
Atores jogam tinta preta sobre paredes brancas e transformam os borrões em desenhos que sugerem com precisão judeus ortodoxos. Em torno de óculos, pintam crianças de mãos dadas. Opus nº 7 lembra que o teatro pode ser feito com pouco, que a limitação é a grandeza dessa arte. O encenador Dmitry Krymov se vale de sua experiência nos terrenos da cenografia e da pintura, mas não de modo exibicionista. Leia mais
15.3.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
Sabe-se que é possível fazer teatro sem palco, sem figurino, sem cenário. Pode-se abdicar da iluminação. Até do texto aprendemos a abrir mão, quando a encenação ganhou independência do drama. Mas haverá um limite? Teatro sem atores ainda é teatro? Leia mais
13.3.2015 | por Teatrojornal
Necessidade de inventar um novo espaço na cidade de São Paulo e gerar meios criativos para proporcionar a ação coletiva de e entre artistas de diversas vertentes e linguagens, e com vontades e atitudes artísticas em comum – gente que comumente não colaboraria ou não estaria junto em cena. Vem daí a força-motora do Boca Suja, “um cabaré para pequenas, médias e grandes rebeldias”, como diz seu epíteto. A primeira edição acontece sábado, 14/3, no Studio Dama, em Pinheiros, mesmo bairro que abrigou o movimento de vanguarda e teatro Lira Paulistana (1979-1986), do qual participaram artistas da música como Itamar Assumpção, Rumos e Titãs, além de escritores, jornalistas, atores, etc.
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