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Publicações com a tag:

“Centro Cultural São Paulo"

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Crítica

Dueto para subversões

30.6.2023  |  por Valmir Santos

“Havia uma aldeia em algum lugar, nem maior nem menor, com velhos e velhas que velhavam, homens e mulheres que esperavam, e meninos e meninas que nasciam e cresciam”. O neologismo “velhar”, por subentendido, salta das primeiras linhas do conto Fita verde no cabelo (Nova velha estória), de João Guimarães Rosa, de 1964, feito verbo a sugerir seres inertes diante da vida. Seres, por assim dizer, antípodas às personagens assalariadas, moradoras na periferia urbana e ora desempregadas em Mãos trêmulas, a peça em que a mulher que costura figurinos para teatro há 60 anos e o auxiliar de cozinha que exerceu a função por 50 anos são pródigos em nadar contra a maré. Coisa que a equipe de criação do espetáculo também o faz em termos de contrapés temporais e espaciais na narrativa e na encenação abertas ao insólito e ao cotidiano para falar de afetos transformadores profundos no encontro de sujeitos sociais atuados por Cleide Queiroz e Plínio Soares.

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Crítica

Contar a História do Brasil a partir do genocídio do povo preto é o que promete e realiza o ator, dramaturgo e diretor Clayton Nascimento em Macacos, da Cia. do Sal (SP).

Da metade da encenação em diante o ator-narrador resume mais de cinco séculos de extermínio e estigmatização de povos indígenas e negros escravizados, lançando mão de extraordinária capacidade intelectual e vocação para estabelecer dialogismo . “A gente não domina nossa história.”

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Artigo

Todos, todas e todes vieram  em seguida. Leonarda já estava lá. E é verdade que era bruta, uma força bruta. Ácida. Puro escárnio, e palavras cortantes. Palavras-ponta-afiada. Lançava-as. Tratava-se de um treinamento constante. Tratava-se de uma metodologia. Tratava-se de resiliência. Ou nada disso Chegou lapidada. Entendemos depois. Chegou pronta. Emancipada. Cedo. Antes que as teorias todas nos fossem familiares.

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Crítica

O estado de horror implantado pelo bolsonarismo leva artistas a se posicionaram, poeticamente, de forma ainda mais radical. Não poderia ser diferente em arte. E não faltam exemplos nas circunstâncias dos últimos 15 meses de pandemia sobrepostos à guerra cultural instalada desde a posse. Um governo incapaz de tecer uma linha sobre a morte de Nelson Sargento e outros mestres e mestras em diferentes expressões. Que desqualifica o pensamento crítico. Ataca sistematicamente a comunidade artística. Desestrutura instâncias-chave do extinto Ministério da Cultura (MinC). Cientes dessa realidade macabra, os 86 minutos do vídeo-manifesto Liberdade liberdade [revisitada] constituem mais um exemplo de exposição da dor e de seu contraponto, o empenho coletivo para denunciá-la bravamente, purgá-la, a despeito da política pública de extermínio.

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Reportagem

Para além da pandemia, conjecturou a atriz e dramaturga, existe uma situação extremamente instável na maneira como os artistas sobrevivem ao longo da história do Brasil. Grace Passô falou durante a mesa virtual que abordou as “Novas teatralidades e estratégias para a existência do teatro”. Afinal, a quem as artes vivas se destinam e quem detém os meios para fazê-las, seguiu problematizando. Ato contínuo, lançou a pergunta-ensaio que pode ser considerada determinante para um balanço do que foi dito e pensado durante o Seminário CPT 2020, realizado nas manhãs dos três primeiros dias de setembro, no marco das atividades de relançamento do Centro de Pesquisa Teatral do Sesc SP. Grace indagou: “Os legados são delegados a quem?”.

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Artigo

Drama do endereçamento

16.6.2020  |  por Valmir Santos

Nova ação do Centro Cultural São Paulo revela mais uma face de como a arte presencial busca maneiras de se reinventar na crise humanitária da Covid-19. Treze pessoas que escrevem para teatro foram convidadas a endereçar textos curtos não para a cena, dessa vez, mas para alguém de livre escolha que também tenha praticado o ofício. A maioria dos destinatários da série 13 cartas imaginadas morreu, exceção a duas, uma delas filha da ficção.

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Crítica

Partindo da fábula bíblica da disputa entre os irmãos Caim e Abel, o espetáculo Terrenal – Pequeno Mistério ácrata, dirigido por Marco Antonio Rodrigues com texto do argentino Mauricio Kartun, oferece ao espectador o prazer de acompanhar um jogo lúdico e cômico que valoriza o contraditório como elemento intrínseco à complexidade da vida terrena – ou terrenal. Toda tentativa de simplificação da tarefa de organizar o mundo, o extermínio de oponentes entre elas, está destinada ao fracasso, é a síntese dialética que brota do embate entre Caim e Abel nessa teatralização do mito de fratricídio. Leia mais

Reportagem

No ano passado, assistindo aos debates políticos, o diretor Roberto Alvim teve a ideia de montar Júlio César, texto de William Shakespeare. O resultado pode ser visto no Porto Alegre em Cena, em Caesar – Como construir um império, de 8 a 10/9 [e no Centro Cultural São Paulo a partir de 18/9, sexta-feira]. Leia mais

Nota

Claudia Schapira (por Memórias impressas), René Piazentin (O taxidermista) e Silvia Gomez (Mantenha fora do alcance do bebê) foram os autores selecionados para a 1ª Mostra de Dramaturgia em Pequenos Formatos Cênicos, lançada por meio de edital do Centro Cultural São Paulo. O resultado foi divulgado em coquetel aberto ao público na noite desta quarta-feira (10/12), na sala Adonoiran Barbosa. Leia mais

Reportagem

A segunda e última semana do projeto O imaginário dos 50 anos do golpe segue demarcando criticidade e inventividade artística para pensar os estilhaços da ditadura civil e militar brasileira (1964-1985) no âmbito da programação especial do Centro Cultural São Paulo. Esta instituição municipal – das mais horizontais em termos de acesso ao público de todos os quadrantes – teve sua construção esboçada justamente sob o regime de exceção e inaugurada em 1982, às vésperas da “reabertura”. Emblemática, portanto, a disposição de presentificar seu acervo à luz dos subterrâneos do regime e instigar criadores da música, cinema, artes visuais, dança, teatro e outras linguagens a revolver os meandros dessa história que não acabou. Memória e estalos formais. Leia mais