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Publicações com a tag:

“MITsp"

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Crítica

Atores jogam tinta preta sobre paredes brancas e transformam os borrões em desenhos que sugerem com precisão judeus ortodoxos. Em torno de óculos, pintam crianças de mãos dadas. Opus nº 7 lembra que o teatro pode ser feito com pouco, que a limitação é a grandeza dessa arte. O encenador Dmitry Krymov se vale de sua experiência nos terrenos da cenografia e da pintura, mas não de modo exibicionista. Leia mais

Crítica

Sabe-se que é possível fazer teatro sem palco, sem figurino, sem cenário. Pode-se abdicar da iluminação. Até do texto aprendemos a abrir mão, quando a encenação ganhou independência do drama. Mas haverá um limite? Teatro sem atores ainda é teatro? Leia mais

Crítica

Geralmente, é diante daquilo que precisaria ser dito que as palavras faltam. E parece quase impossível falar do que arrebata ou abate, como se não houvesse sintaxe capaz de dar conta do idílio amoroso, da epifania, da morte, do luto. Sobre essa dificuldade de nomear o inominável se debruça Canção de muito longe, obra do holandês Ivo van Hove, que foi coproduzida pela MITsp e fez sua estreia mundial durante o festival. Leia mais

Crítica

Trabalho final de um curso de teatro: um menino forra uma caixa de papelão com papel laminado, fura a parte de cima para a entrada de uma lâmpada, escreve a palavra teatro na tosca edificação e diz ao público que cada um deve imaginar sua própria peça. Pela via da negação ou da inocência é fácil ativar a imaginação, poderia ser a moral dessa fábula infantil. Dela vale tirar a pergunta: como engendrar uma poética com potência estética tendo como plataforma de salto a acumulação simbólica no campo da cultura e da arte? Tal desafio funda a teatralidade de Stifters dinge, espetáculo-instalação engendrado por Heiner Goebbels em parceria com uma equipe de criadores com quem esse músico-diretor vem trabalhando há décadas e, portanto, com os quais vem afinando sua linguagem. Leia mais

Marcelo Lipiani

Crítica

Realidades obscenas

10.3.2015  |  por Valmir Santos

As reflexões de classe e de gênero originalmente implicadas em Senhorita Julia (1888) estão sublinhadas e problematizadas também segundo a cor da pele na livre adaptação de Christiane Jatahy para o envolvimento da moça branca, filha do patrão, com o motorista negro da família. Se no prefácio a sua peça o sueco Augusto Strindberg (1849-1912) dizia não preconizar lição de moral, a diretora tampouco cede a julgamentos ao atritar matizes escandinavos com a memória escravocrata do Brasil que cava os abismos sociais ora perpetuados. Leia mais

Crítica

O vínculo intrínseco do teatro com o presente não se manifesta apenas na escolha dos temas a serem levados ao palco. O apego dessa arte ao seu tempo transcende os embates políticos e sociais do momento e comumente faz-se evidente também na forma – se é que ainda faz sentido a dicotomia entre conteúdo e invólucro. Em sua ânsia por conectar-se à sua época – período de inimigos difusos e certezas implodidas – o teatro contemporâneo empreende imenso esforço em desapegar-se dos paradigmas do drama realista – corrente hegemônica dos últimos dois séculos. Leia mais

Crítica

O diretor Andriy Zholdak parece querer abraçar o mundo em Woyzeck, encenação do texto de Georg Büchner. Esta impressão decorre da utilização assumidamente excessiva dos recursos da teatralidade e, ao mesmo tempo, de um aparente desejo de questionar – e extrapolar – os limites do próprio teatro. Leia mais

Crítica

Na cena contemporânea não raro depara-se com procedimentos criados para sabotar a compreensão. Quando o problema não é fruto de precariedade, o objetivo é estimular o espectador – quase sempre ávido por construir sentido rapidamente – a descartar os elementos mais facilmente acessáveis de seu repertório cultural e escavar um pouco mais fundo no movimento em direção à obra. Leia mais

Reportagem

A companhia colombiana La Maldita Vanidad Teatro deve ser confirmada no início desta semana na programação da 2ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, a MITsp, conforme apurou Teatrojornal [Atualização em 19/2: os organizadores acabam de anunciar a vinda da companhia, conforme serviço detalhado abaixo, com venda pelo site Ingresso Rápido a partir de 24/2, terça-feira]. Seria a primeira vez que o grupo formado há cinco anos e emergente do teatro de pesquisa em Bogotá se apresentaria na capital paulista. E em dose dupla com o projeto “Actos inevitables del hombre”, de 2013, que compreende as peças Morir de amor – Segundo acto inevitable: morir e Matando el tiempo – Primer acto inevitable: nacer, respectivamente quarta e quinta produções da companhia. Leia mais

Crítica

Natural que, ao longo do ano, as opiniões sobre o que houve de marcante passem a convergir em direção a um número reduzido de obras. Chegado o tempo de olhar para trás e refletir, alguns títulos chamam inevitavelmente a atenção e outros, mesmo que tenham causado impacto no momento, terminam relegados a certo esquecimento. Costuma ser assim. Mas 2014 tem algo de atípico. Ao menos na cena teatral. São raras – se não inexistentes – as unanimidades. Os debates da crítica especializada menos apaixonados. Leia mais