24.8.2021 | por Valmir Santos
Qual o som do silenciamento? Essa pergunta ganha corpo e se torna cada vez mais incômoda na obra em torno da cantora lírica Maria d’Apparecida (1926-2017). A nossa ignorância a respeito da trajetória fulgurante dessa brasileira em solo europeu se agrava à medida que são expostos os níveis de preconceitos de raça e de gênero que circunstanciaram seus 91 anos de vida. A mulher negra, de pele clara, os enfrentou escudada em sua voz, seja interpretando ópera, no registro mezzosoprano, seja no repertório da canção popular ou do folclore de seu país, o mesmo que insistiu em asfixiá-la.
Leia maisA seguir, transcrevemos e editamos a reflexão conjunta acerca de Gota d’água {PRETA}, espetáculo dirigido, concebido e idealizado por Jé Oliveira a partir de Gota d’água, peça de Chico Buarque e Paulo Pontes montada pela primeira vez em 1975.
Leia mais31.3.2019 | por Valmir Santos
A anomalia que se abateu sobre a realidade e o imaginário do Brasil nos últimos meses é discutida com senso de urgência em obras nascidas da pesquisa teatral continuada. O poder de indignar-se vem coligado à disposição para empreender rupturas igualmente substanciais no terreno das formulações estéticas. Autodeclarados desde os sinais gráfico e de pontuação que carregam nos nomes, ruídos de ajuntamento, os espetáculos Gota d’água {PRETA} e [In]justiça constituem relevantes perspectivas de posicionamento nesse sentido, criticando de maneira contundente o racismo e a desigualdade social. Leia mais
27.9.2016 | por Patricia Freitas
O avesso do claustro é um daqueles espetáculos do qual o espectador, consciente da porosidade engendrada pela obra, sai mobilizado a refletir sobre a função da arte assim que deixa o teatro. Com efeito, um amplo leque de imagens é aberto desde a entrada no ginásio do Sesc Santos, durante o festival Mirada: o batuque, lembrando nossa raízes africanas, a cortina fazendo entrever corpos seminus dançantes e a figura de Dom Hélder ainda bebê num carrinho de obras. Leia mais
31.10.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
A palavra é o jeito de fazer o nada aparecer. O que era nada. Agora a tornar-se letra, corpo, matéria, pensamento. “O pensamento não existe fora do mundo, nem fora da palavra”, diz Merleau-Ponty. Leia mais
10.12.2013 | por Valmir Santos
Tempo de listas. Saíram os premiados em 2013 pela Associação Paulista de Críticos de Arte, a APCA. A apuração aconteceu na noite de segunda-feira, na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo. A lista de todas as áreas estão aqui. Horas antes, à tarde, foi a vez do Prêmio Shell divulgar os indicados paulistas deste segundo semestre. Todos os correspondentes do ano no Rio e em São Paulo podem ser vistos aqui. Leia mais