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Reportagem

É um dia quente de verão no bairro nova-iorquino Harlem, no fictício espaço-título Jajas african hair braiding (Tranças africanas de Jaja), misto de loja e salão de beleza. Mas o reduto de trancistas vindas da África Ocidental – Gana, Senegal, Serra Leoa e Nigéria – também poderia estar localizado na região do Château d’Eau, pertencente ao 10º distrito de Paris; no bairro londrino Brixton ou mesmo na Galeria do Reggae, no centro de São Paulo, já que essas diásporas também concentram significativas experiências de imigração africana.

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Entrevista

Rosa Parks (1931-2005) foi a segunda mulher negra a não ceder seu assento para uma pessoa branca em um ônibus segregado em Montgomery, no Alabama, sul dos Estados Unidos. A primeira foi Claudette Colvin, de 83 anos, na mesma cidade e nove meses antes do feito da ativista estadunidense, expoente da luta por direitos civis e quem a história preservou como pioneira do movimento antissegregacionista.

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Reportagem

“É a história, senhoras e senhores jurados, de uma mulher fantasma. Uma mulher que ninguém vê, que ninguém conhece. É a história de um lento desaparecimento. Uma trágica descida ao inferno, no qual a mãe leva a filha. Esta mulher cometeu o pior: um infanticídio. Ela matou a filha, e reconhece. É insuportável para nós e ultrapassa o entendimento. Uma mãe que se autoriza a matar a própria cria, só podemos vê-la como sendo um monstro. E um monstro deve ser morto. Então, abram um código penal e a condenem. Mas, se o fizerem, senhoras e senhores, vocês terão feito um julgamento sem justiça. Vocês terão respondido apenas à questão mais fácil, e não a que sua responsabilidade de jurado o obriga a fazer. Se você não conseguir se fazer essa pergunta, ficará na praia atordoado com o horror do crime”.

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Reportagem

“Eu prefiro dançar a falar. Nasci no Benin e cresci no Senegal. Essas duas identidades, das quais sou muito orgulhosa, são a base da minha técnica. Deixei meu país de origem aos 7 anos e, na escola, durante o intervalo, as meninas não falavam a mesma língua que eu. Quando dançava no meio delas, nas brincadeiras infantis, via as árvores dançarem e sugeria movimentos semelhantes. Elas me chamavam de Doff bi [‘louca’, em wolof, língua falada na África Ocidental], mas vinham procurar pela louca que dançava e tentavam me imitar”.

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Reportagem

Paris – “Isso não é uma fábula. A ilha do ouro realmente existe? Onde ela está? Desta vez está em águas japonesas. Sim, ela existe. Não é a primeira vez. Já existiu (e existirá novamente) mais de uma vez na longa crônica de nossos Astros e Desastres. Sempre que o mundo está perto da autodestruição, muitos defensores da esperança, nada loucos, lutam para encontrar a arca ou o navio. Vamos à Ilha, parece um exílio, é um refúgio e um recomeço.”

Assim escreve a poeta e dramaturga franco-argelina Hélène Cixous no texto Rápido, uma ilha!, como parte do programa de L’île d’or, Kanemu-Jima (A ilha do ouro, Kanemu-Jima), mais recente criação coletiva do Théâtre du Soleil, de Paris.

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Reportagem

Uma família é completamente perturbada com a chegada de um mendigo piedoso, acolhido pelo rico viúvo Orgon. O encontro com o desconhecido lhe dá um novo sentido à vida: um desapego material e espiritual. Em contrapartida, causa uma cegueira absoluta em relação às intenções deste que se passará por confidente e conselheiro austero para, então, seduzir sua atual esposa, evocar os ressentimentos do filho e herdar todos os bens do anfitrião. O enredo de Le Tartuffe ou l’hypocrite, O Tartufo ou o hipócrita, não deixa dúvidas: estamos diante de uma peça do dramaturgo, ator e diretor francês Jean-Baptiste Poquelin, mundialmente conhecido como Molière (1622-1673). Escrita em 1664 e censurada logo após a estreia pelo rei Luís XIV (1638-1715) – sob a justificativa de críticas a falsos devotos –, a primeira versão do texto, em três atos, foi a escolhida pela trupe Comédie-Française para a abertura da temporada de espetáculos e ações em homenagem aos 400 anos de batismo do escritor, celebrado no dia 15 de janeiro. A data de seu nascimento ainda é desconhecida, todavia, sabe-se que a companhia, um teatro estatal, nasceu sete anos após sua morte.

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Artigo

Aqui jazz Joséphine

23.12.2021  |  por Neomisia Silvestre

A panteonização de Joséphine Baker (1906-1975) na tarde de 30 de novembro era o principal compromisso do dia. Acordei antes da hora, feito criança em dia de passeio. Estava ansiosa, feliz e grata por partilharmos aquele momento 46 anos depois. Eu tinha um date com Joséphine em Paris. E quanto mais sabia dela, mais me apaixonava.

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