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No final do século XIX, os simbolistas se mostraram fatigados com o teatro naturalista, que seria o “falso por definição”, como afirmou Édouard Émile Dujardin. Leia mais

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O ano de 2014 foi pródigo em atos evocativos do golpe que implantou a ditadura civil-militar no Brasil. A trágica lembrança dos 50 anos daquela guinada antidemocrática e suas sequelas na vida de todos os cidadãos mereceu análise da Comissão Nacional da Verdade e de suas correlatas em níveis municipal e estadual. Infelizmente, o relatório final trazido a público em dezembro não mobilizou o país em termos de consciência crítica como as sociedades civis da Argentina, Chile, Uruguai e Peru o fizeram ao tocar e reconhecer suas feridas. O debate ainda não irradiou firmemente na nação. Leia mais

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O teatro musical brasileiro não nasceu ontem, mas há pelo menos 155 anos. Começamos pela revista, uma das espécies do gênero musical. O primeiro espetáculo de revista escrito e encenado no país chamou-se As surpresas do senhor José da Piedade, texto de Figueiredo Novaes. A peça ficaria em cartaz por apenas três dias, tendo sido proibida por atentar contra a moralidade das famílias, no Rio imperial de 1859. Leia mais

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Mesmo com o recorte curatorial razoavelmente preciso, amparado nos eixos que foram propostos para a MIT 2015, que por um momento recaem sobre temas, assuntos e em outros sobre meios implicados na criação, é uma evidência que o diverso se impõe porque em qualquer caso os contornos desse campo anunciado se alargam na mesma medida em que os temas se transformam em questões de pensamento nem sempre pacíficas e os jogos com a linguagem se renovam a cada um dos trabalhos apresentados na Mostra. Mas, se o diverso é uma evidência é preciso então investigar as suas nuances. Porque uma crítica que se conforma à constatação da diversidade ou à sua mera descrição é uma crítica natimorta. Exije-se, pois, para sair fora dessa condição, certo espírito de uma aventura possível de pensamento. Leia mais

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O dono do estacionamento queria saber sobre o que era a peça. “Bom”, pensei, “o que eu poderia dizer para atrai-lo a ir ver por si mesmo?” Acabei dizendo que eram várias histórias, o que não deixa de ser verdade. Mas o sujeito não se contentou e até demonstrou tino para o contemporâneo. “Hum… e elas se misturam no final?” Leia mais

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Em sua gênese, em 1989, a Companhia de Teatro Os Satyros emendou o espetáculo infantil Aventuras de Arlequim a dois adultos, Um Qorpo Santo dois e o antológico Sades ou noites com os professores imorais, este no ano seguinte. A trinca embrionária diz muito da identidade artística constituída em um quarto de século de inquietude e transgressão. Leia mais

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O expressivo crescimento da produção de teatro de grupo no país não se traduz apenas por meio de dados estatísticos. A propensão poética pode ser aferida tanto quanto a consciência crítica comumente associada a projetos artísticos dessa natureza. Na experiência do Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo, o fundamento da pesquisa talhado em lei salvaguarda o caráter da obra em processo. Um exemplo sui generis de quando os códigos jurídicos radicam a liberdade criativa nos desígnios da arte do tempo, contornando a fixação pelo resultado e abraçando riscos e responsabilidades de percurso. Leia mais

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Giramundo do avesso

29.11.2014  |  por Valmir Santos

As representações de deuses, homens, animais ou seres fantásticos remontam aos primórdios da humanidade. Arqueólogos estimam que desde o terceiro milênio antes de Cristo, por exemplo, povos do Egito ou da Mesopotâmia já recorriam a sombras, pinturas ou entalhes nas rochas e cavernas para demarcar rituais e festejos, profanos ou sagrados, em celebração às forças da natureza: terra, fogo, água e ar.

Num salto para este século 21 as formas animadas, ou simplesmente formas não humanas mantêm a energia renovada apesar de tão ou mais antigas que a expressão corporal propriamente dita. Os recursos da máscara, da silhueta, do objeto e do boneco evoluíram ao longo do tempo em associação estreita com as reinações do teatro, da dança, do circo ou da ópera, multiplicando as possibilidades de criação.

Uma síntese extraordinária dessa ancestralidade alinhada ao imaginário contemporâneo brota justamente do teatro de bonecos que o Grupo Giramundo abraça há 44 anos e cuja memória é esquadrinhada na Ocupação em cartaz no Itaú Cultural, em São Paulo, entre 29/11 e 11/1. Leia mais

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Duas cenas curtas balizam a identidade artística do grupo espanca! construída ao longo de sua primeira década.

Em 2004, Por Elise, título homônimo do espetáculo desdobrado no ano seguinte, surpreende e encanta pela exposição de um sistema cênico aparentemente simples ancorado em requintada elaboração das escritas de texto, de cena e de atuação. Essa rara conjunção, almejada por todo criador atilado, finca raízes sob as mãos e pensamentos de moças e rapazes que, intuímos, não pactuam de largada a ambição de revolucionar a morfologia do teatro. Antes, jogam abertamente com os rastros existenciais, as inspirações artísticas embrionárias de suas escolas livres ou formais e a sincronia de época com outros pares inclinados à pesquisa permanente na capital mineira ou alhures. Condensação estilística e moldura poética inatas fixam a inquietação como princípio. Leia mais

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A história dos embates sociais no Brasil tem sido marcada, desde sempre, pela expectativa de mudanças que jamais se realizam, mas, ao contrário, se veem teimosamente proteladas. As promessas feitas aos pobres, não raro aliados à classe média na grita por divisão da renda e por democratização das decisões políticas, servem para dissipar conflitos, sendo, depois, esquecidas. O carnaval dos pés de chinelo, por aqui, invariavelmente deságua na quarta-feira das elites. É monótono e perverso, mas tem sido assim há séculos. Leia mais