2.9.2013 | por Valmir Santos
Com frequência, elas são vistas participando ou protagonizando montagens infantojuvenis. Quando contracenam com adultos, não raro roubam a cena. Mas a presença de crianças em Materia prima, na grafia em espanhol, é justamente a substância motriz do projeto singular da companhia La Tristura, de Madri, em turnê inédita pelo Brasil. Leia mais
30.8.2013 | por Valmir Santos
O corpo enquanto documento ganha contornos pungentes na obra do bailarino, ator e coreógrafo Panaibra Gabriel Canda. Ele transpira sua pátria e seus ancestrais em Tempo e espaço: os solos da marrabenta, uma experiência antiespetacular. A economicidade nos elementos de cena relativiza os pesos da mimese e da representação em favor de um manifesto em que o corpo é fala e música e estas o reverberam. Não apartando, naturalmente, o lugar e o coração de sua arte, Moçambique. Os horizontes histórico, político e social vão dar no entroncamento da galáxia corporal, a escala do humano. Leia mais
30.8.2013 | por Valmir Santos
Acostumado às adaptações teatrais em que Clarice Lispector é nublada por conceitos existencialistas ou, mais diretamente, violentada pela autoajuda, o público brasileiro depara com uma abordagem mais solar da sua obra na transposição cênica de alguns dos seus textos pelas mãos meticulosas do encenador e dramaturgo francês Bruno Bayen. Leia mais
29.8.2013 | por Valmir Santos
O branco dominante na cobertura de lona é como uma tela preenchido pelas memórias e invenções dos sete criadores-pesquisadores. Nesse ambiente intimista, com os espectadores sentados rente às quatro paredes da casa simbólica erguida nos jardins do CCBB-DF, o espetáculo À deriva, do Teatro do Instante, aninha fragmentos de um possível corpus cênico que ainda não se divisa. Leia mais
28.8.2013 | por Valmir Santos
A obsessão é um traço comum aos grandes artistas. Em Fogo-fátuo, Samir Yazbek confessa a sua. Dono de projeto artístico centrado na condição de dramaturgo, ele lança – em coautoria com Helio Cicero – provocações aos pares do teatro e a todos que gravitam a arte e a cultura nos planos da criação, da produção e da recepção em tempos de hegemonia do entretenimento como fim e meio. Leia mais
27.8.2013 | por Valmir Santos
Em celebração a Uivo (Howl), poema épico de Allen Ginsberg e precursor da geração beat, a companhia parisiense La Ricotta imprime em cena o espírito da contracultura desabrochada em meados da década de 1950 e culminante no decênio seguinte. A performance de Douglas Rand, praticamente um dueto no acompanhamento incisivo do músico e compositor Jean-Damien Ratel, pode ser lida como um manifesto. Ou, precisamente, uma hagiografia declamada da geração inconformista que ousou roer com unha, dente e arte algumas estruturas da sociedade, a americana à frente. Leia mais
22.8.2013 | por Valmir Santos
A arte do teatro pensada com a cabeça no cinema é um axioma possível para adentrar o universo de Discurso do coração infartado. A parceria da atriz Silvana Stein com o diretor Ricardo Alves Jr. pipoca textos visuais, sonoros e corporais numa dramaturgia porosa esculpida em cena limpa, de poucos objetos e preponderância do vazio. A paisagem em preto e branco condiz com a alma cinzenta da figura do velho comediante enclausurado entre quatro paredes e ainda assim atravessado pelo mundo de fora que lhe captura os gestos, a fisionomia, a memória, o devaneio. Leia mais
22.8.2013 | por Valmir Santos
Em sua segunda sessão, ainda como trabalho em processo, Submersa expõe complexidades de conteúdo e abordagem dignos de nota. O solo em dança-teatro apresenta uma intérprete criadora segura, Maria Cloenes, quanto ao que deseja falar. A saber, evocar reminiscências das enchentes na infância. São episódios de calamidade que a marcaram por aprender, desde cedo, a contornar as instabilidades do existir, outrora causadas pelas águas das chuvas que faziam transbordar o rio vizinho e invadiam sua casa. Leia mais
22.8.2013 | por Valmir Santos
A atriz Ana Kfouri tem se dedicado, desde 2007, a projeto artístico singular de exposição da fala com suas lógicas musical e espacial inscritas na carne. Após dois solos com textos do francês Valère Novarina (Animal do tempo e Discurso aos animais), é a vez de radicar cenicamente a prosa do irlandês Samuel Beckett nos espetáculos Primeiro amor, do conto homônimo, e Moi lui, livremente inspirada no romance Molloy. Leia mais
22.8.2013 | por Valmir Santos
As virtudes técnicas, no campo da atuação, e as corrupções morais, seu eixo temático, colidem a favor da arte em Árvores abatidas ou para Luis Melo. Rosana Stavis carrega o piano com recursos vocais e presença radiosa no trânsito muitas vezes frenético entre a narradora e suas figuras. O pensamento crítico tem como fonte o ensaio de Thomas Bernhard, Árvores abatidas: uma provação, sorvido na mesma moeda pelo diretor e adaptador Marcos Damaceno, neste que é possivelmente a sua produção mais solar se levarmos em conta as montagens de peças de Sarah Kane, Jon Fosse e Gabriela Mellão. Leia mais