16.6.2020 | por Valmir Santos
Nova ação do Centro Cultural São Paulo revela mais uma face de como a arte presencial busca maneiras de se reinventar na crise humanitária da Covid-19. Treze pessoas que escrevem para teatro foram convidadas a endereçar textos curtos não para a cena, dessa vez, mas para alguém de livre escolha que também tenha praticado o ofício. A maioria dos destinatários da série 13 cartas imaginadas morreu, exceção a duas, uma delas filha da ficção.
Leia mais4.6.2020 | por Valmir Santos
Na sessão de estreia de Mãe coragem e seus filhos no 11º Festival de Curitiba, em 22 de março de 2002, Maria Alice Vergueiro tropeçou no tablado e caiu na cena final. Era o momento em que a personagem puxa a carroça cenográfica, dessa vez sozinha, pois perdeu os três filhos para a guerra, sendo a caçula morta havia poucos minutos. Pragmática, Anna Fierling segue no encalço do próximo regimento para exercer o seu comércio ambulante de comida e bebida junto aos soldados. Assim que as cortinas do Teatro Guairinha se fecharam, a atriz foi acolhida por pessoas do elenco e da equipe que a acompanharam a um hospital. “Até que ficou bem a Coragem caída naquele momento”, brincou no trajeto. Ela deslocou o ombro direito, sentiu dores, mas não recuou do compromisso da apresentação na noite seguinte.
Leia mais16.5.2020 | por Teatrojornal
Em mais um domingo de manifestação contra as instituições democráticas do Legislativo e do Judiciário na Avenida Paulista, ocorrida no dia 25 de agosto de 2019, se deu a 32ª edição do Encontro com Espectadores. Desta vez o foco recaiu sobre Pornoteobrasil, à época a mais recente criação do grupo Tablado de Arruar, tendo como convidados o dramaturgo Alexandre Dal Farra e o diretor Clayton Mariano, sob mediação da jornalista Beth Néspoli. Era o segundo convite feito ao grupo. O primeiro propunha uma discussão sobre a Trilogia abnegação, porém a agenda da dupla não permitiu a participação. Talvez por isso, nessa nova oportunidade, a conversa tenha girado não apenas em torno de Pornoteobrasil, mas tenha se estendido a outras criações do coletivo fundado em 2001 com o espetáculo de rua A farsa do monumento, em especial a citada trilogia.
Leia mais11.5.2020 | por Valmir Santos
Assim como escancara as desigualdades socioeconômicas, a pandemia à brasileira cala fundo sobre a vulnerabilidade da maioria dos trabalhadores no campo das artes e da cultura. As últimas semanas evidenciaram relatos frequentes de técnicos, produtores, artistas e grupos ou coletivos em busca de cestas básicas para subsistir ou mesmo fechando seus espaços, alguns mantidos a duras penas mesmo antes das medidas restritivas.
Leia mais7.5.2020 | por Teatrojornal
Quarenta anos após a estreia da primeira montagem de Vem buscar-me que ainda sou teu (1979), tragicomédia musical em quatro partes e 21 cenas, como a definiu Carlos Alberto Soffredini (1939-2001), novas gerações entraram em contato com o texto por meio de sua filha, Renata Soffredini, que dirigiu o espetáculo em 2019. Ela e a atriz protagonista Bete Dorgam conversaram com a jornalista e crítica Maria Eugênia de Menezes e com a plateia do Encontro com Espectadores acerca da obra centrada na arte do circo-teatro.
Leia mais30.4.2020 | por Valmir Santos
Logo na primeira linha, o narrador de Elizabeth Costello pontua sobre “como nos levar de onde estamos, que é, por enquanto, lugar nenhum, para a margem de lá”. Aludir à imagem da construção de pontes serve como poderoso instrumento de navegação pelo romance de J.M. Coetzee, em que pesem as saborosas e por vezes mal-humoradas contendas da protagonista com familiares, intelectuais ou admiradores. A personagem-título, uma prestigiada escritora veterana, lida com ideias morais, filosóficas e estéticas sem perder de vista o substrato da vida. Sua inquietude figura nos traços de personalidade e de linguagem, como bem cultiva o monólogo de mesmo nome idealizado e atuado por Lavínia Pannunzio com adaptação e direção de Leonardo Ventura.
Leia mais6.4.2020 | por Teatrojornal
O espetáculo As cangaceiras, guerreiras do sertão tinha reestreia marcada para 4 de abril, sábado passado, no Tuca, em São Paulo. A segunda temporada foi suspensa por causa da pandemia. A primeira aconteceu de abril a agosto de 2019, no Teatro do Sesi-SP, do Centro Cultural Fiesp, que também produziu o musical envolvendo 13 atores e outras 12 pessoas na equipe de criação sob texto e letras de Newton Moreno, direção de Sergio Módena e direção musical de Fernanda Maia.
Leia mais1.4.2020 | por Valmir Santos
Espetáculos internacionais da sétima edição da MITsp permitiram examinar sentimentos contraditórios da sociedade global diante do imponderável ditado pela pandemia. A curadoria soou premonitória ao circunscrever trabalhos que expuseram nuances da vulnerabilidade humana nesta hora da História e formas de distanciamento social a que agora os brasileiros estamos enquadrados não como metáfora, mas sob a concreção da medida sanitária preventiva que um terço das nações adotou com vistas a não sobrecarregar os sistemas de saúde e minimizar o número de mortes.
Leia mais30.3.2020 | por Beth Néspoli
Era para acontecer hoje a 37ª edição do Encontro com Espectadores – ação do Teatrojornal que se configura como uma conversa entre artistas, críticos e público sobre um espetáculo previamente escolhido. O solo Uma frase para minha mãe, da atriz Ana Kfouri estaria em foco inaugurando um novo calendário: neste ano os encontros voltam a se dar nas noites segunda-feira, sempre a última do mês, em lugar das tardes de domingo, como vinha ocorrendo desde 2018, quando o evento passou a ser apoiado pelo Itaú Cultural.
Leia mais23.3.2020 | por Marco Antonio Rodrigues
Da sala de ensaio que coabito há décadas à experiência da escrita ensaística aqui ensejada, este artigo comparte angústias, lutas e belezas de quem ama as artes da cena e a partir delas aprendeu a cultivar o discernimento crítico da realidade.
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