19.3.2017 | por Daniel Schenker
Na encenação de Branco: o cheiro do lírio e do formol, apresentada dentro da programação da 4ª Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp), Alexandre Dal Farra propõe uma conjugação aparentemente imprevisível entre o tortuoso processo de criação dramatúrgica e a intrincada relação pai/filho. Leia mais
27.8.2016 | por Maria Eugênia de Menezes
Existe algo de premonitório na dramaturgia de Alexandre Dal Farra. Não se está a dizer que sua recente trilogia Abnegação adivinhe o futuro. Mas paira, por certo, a sensação de que o autor soube se conectar ao seu tempo: Deu concretude a questões e mal-estares ainda difusos, que só viriam a tomar corpo um pouco mais adiante. Leia mais
8.4.2015 | por Valmir Santos
Há sete anos ampliando as percepções da prática e do pensamento críticos por uma mediação vertical e nem por isso menos horizontal com artistas, público e pesquisadores, a Questão de Crítica vem gerando alteridades também na cultura de prêmios. A revista eletrônica de críticas e estudos teatrais consegue subverter as convenções da distinção em arte e cutucar a sociedade atual que insiste em mitificar a competitividade e torná-la glamorosa. Leia mais
28.8.2014 | por Michele Rolim
No norte do estado do Paraná, uma cidade é guardiã do mais antigo festival de artes cênicas na América Latina. Trata-se do Festival Internacional de Teatro de Londrina, conhecido como Filo, que ocorre há 46 anos de forma ininterrupta – mais da metade da existência da cidade, que comemora 80 anos em 2014.
A 46ª edição do Filo começou na sexta-feira passada (22) e, durante 17 dias de programação, devem passar pela cidade mais de 40 espetáculos de várias vertentes das artes cênicas e da música. Ao todo, serão 91 apresentações por vários pontos da cidade, sendo que 30 delas poderão ser acompanhadas gratuitamente pelo público. Leia mais
28.3.2014 | por Beth Néspoli
No programa do espetáculo Abnegação, o espectador pode ler um trecho de Elogio à profanação, um artigo do filósofo Giorgio Agambem que critica a análise etimológica da palavra religião como termo derivado de religare e, consequentemente, com o sentido de ligação, união, elo. Para ele religião deriva de relegere, cujo campo semântico abarca eleger, escolher e, portanto, tem significado oposto: tornar sagrado é separar (o divino) da esfera do humano. Assim, enquanto o rito religioso reforça a distinção entre planos, o ato de profanação é aquele que ignora tal separação ao fazer uso particular e utilitário de um objeto de culto que, por acordo cultural de uma coletividade, estaria reservado apenas ao uso ritualizado em campo sagrado. Leia mais
28.3.2014 | por Valmir Santos
Em Abnegação, os atos de fala são privados, mas incidem frontalmente na vida pública. Fala-se muito e grosso nesse circuito fechado do negócio da política partidária encruada no poder. No entanto, tudo que esses sujeitos botam da boca para fora soa espasmódico. A interjeição “opa” é recorrente nesses enunciados tensos e quebradiços. A dramaturgia de Alexandre Dal Farra tem suas potencialidades multiplicadas quando o espectador, no caso, dá menos importância ao expressado verbalmente e deixa-se pautar pelo inaudito. A falha como linguagem projeta-se enquanto realidade da cena. Com ela, afloram o caráter de quatro homens e uma mulher que corrompem a própria palavra em sua ambição desmedida. Os cochichos ao pé do ouvido são reveladores do conluio. Leia mais
14.2.2014 | por Maria Eugênia de Menezes
Diariamente, os jornais divulgam as declarações que os políticos consentem em tornar públicas. Mas sobre o que eles falam quando estão a salvo dos gravadores e das câmaras? Abnegação, novo espetáculo do grupo Tablado de Arruar que estreia no CCSP, parte desse pressuposto. “Nunca vamos saber o que eles discutem de verdade. É algo intangível. E foi isso que nos interessou”, comenta Clayton Mariano, que divide a direção do espetáculo com Alexandre Dal Farra. Leia mais