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Publicações com a tag:

“Crítica Militante"

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“Crítica Militante"

Crítica Militante

O corpo transpassado pela experiência humana, posto como suporte político para o discurso sobre identidade de gênero, faz o ator Silvero Pereira se transmutar. No palco, o cearense, um dos fundadores do Coletivo As Travestidas, transita entre ele e seu alter ego, a travesti Gisele Almodóvar. Transita pelas duas identidades que, na verdade, se fundem em uma só, escritas em gestos e ditas em voz amplificadores de um teatro documental e militante. Leia mais

Crítica Militante

Sarah Kane (1971-1999) certa vez escreveu que frequentemente saía do teatro antes do fim, mas nunca fazia o mesmo em um jogo de futebol porque nunca se sabe quando um milagre pode acontecer. A venerada dramaturga inglesa julgava a performance muito mais interessante do que a atuação, mas sua noção não era a do conceito-fetiche da cena contemporânea. Performance, para ela, era uma partida do craque David Beckham ou um show da banda Jesus and Mary Chain, para citar duas de suas preferências. Essa é a autora homenageada pela companhia gaúcha Teatrofídico no espetáculo Cadarço de sapato ou ninguém está acima da redenção, que estreou no início de 2015 e teve novas sessões em setembro último no 23º Porto Alegre Em Cena. Leia mais

Crítica Militante

A função do curador na área de artes cênicas parece, para muitos, incluindo os próprios curadores, imprecisa. Apesar da multiplicação de festivais e mostras de artes cênicas, o termo curadoria ainda é polêmico e está em construção. Na etimologia da palavra, “curare” significa cuidar. O termo é utilizado amplamente nas artes visuais. Para o professor e crítico de arte Roberto Teixeira Coelho (2012), originalmente designava o processo de organização e montagem da exposição pública de um conjunto de obras de um artista ou conjunto de artistas. Leia mais

Crítica Militante

A ambivalência entre o real e o ficcional é um dos motes para a encenação de Cena morta, da Persona Cia. de Teatro, de Florianópolis. Esse duplo lugar onde o que de início parecia ser recepção informal e o que é de fato encenado engendra um modo de ver que oscila entre o riso, a dúvida e o desconforto. Leia mais

Crítica Militante

É difícil definir a dança butô, que nasceu no Japão nos anos 1950 e recebeu influências do pensamento artístico ocidental e oriental, inclusive com forte trânsito pelo teatro.  Defini-la, como afirma a estudiosa Maura Baiocchi, talvez seja uma preocupação dos ocidentais mais especificamente. A palavra butô em japonês é formada por dois ideogramas: bu (dança) e to (passo).  Leia mais

Crítica Militante

O avesso do claustro é um daqueles espetáculos do qual o espectador, consciente da porosidade engendrada pela obra, sai mobilizado a refletir sobre a função da arte assim que deixa o teatro. Com efeito, um amplo leque de imagens é aberto desde a entrada no ginásio do Sesc Santos, durante o festival Mirada: o batuque, lembrando nossa raízes africanas, a cortina fazendo entrever corpos seminus dançantes e a figura de Dom Hélder ainda bebê num carrinho de obras. Leia mais

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Embaralhamentos do eu

25.9.2016  |  por Daniel Schenker

O título do monólogo de Rita Elmôr – Clarice Lispector & eu – aponta para uma conexão e, ao mesmo tempo, uma separação entre a escritora e a atriz. Logo no começo da apresentação, Elmôr comenta que fotos de seu rosto foram constantemente atribuídas como sendo imagens de Lispector, confusão decorrente do minucioso visagismo que marcou o trabalho anterior da atriz sobre a escritora, Que mistérios tem Clarice (1998). Leia mais

Crítica Militante

A estreia de Cais ou da indiferença das embarcações, em 2012, teve ares de revelação. Debruçada sobre as gerações de uma mesma família, a peça veio evidenciar o cuidadoso trabalho da Velha Companhia e, sobretudo, chamar atenção para a escrita de Kiko Marques. Até então pouco conhecido, o dramaturgo surpreendia pela maneira como elegia o narrador da história, como emaranhava os pontos de vista, como entrelaçava morte e vida, memória e esquecimento. Em seu título mais recente, Sínthia, muitos dos traços presentes em Cais voltam a se manifestar. Especialmente, a capacidade de Marques de criar uma narrativa envolvente para o público. Leia mais

Crítica Militante

Transgredir é lembrar o que acontecia em um galpão de um bairro periférico entre Recife e Olinda em fins dos anos 1970. Um convite à insubordinação é rememorar que nesse local improvável um bando de travestis desafiava com escracho a ditadura e a moral da bem-comportada família brasileira. Puro luxo, o espetáculo mais vibrante da cidade, texto de Luís Augusto Reis e direção de Antonio Cadengue, revisita justamente o teatro do grupo Vivencial (1974-1983) e incita o exame de avanços e retrocessos políticos e estéticos ao longo das décadas. Leia mais

Crítica Militante

Uma passagem do livro O inconsciente político (1981), do pensador norte-americano Fredric Jameson, parece concentrar o mote de Viúvas – performance sobre a ausência, encenação coletiva da Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz no contexto do Mirada, em Santos: Leia mais