1.11.2015 | por Maria Eugênia de Menezes
A velhice foi o ponto de partida do Grupo Carmin, do Rio Grande do Norte, quando debruçado sobre a missão de compor um novo espetáculo. O caminho natural, para apropriar-se do tema, era se cercar de informação, compor histórias, talvez até tangenciar o real, mas revesti-lo com as rendas da ficção. E o propósito manteve-se firme por certo tempo, mesmo quando o acaso veio bagunçar sua intenção primeira. Mas há coisas que se impõem. Há pequenos mistérios a rondar esse mundo de explicações racionais e lógicas. E, às vezes, depois de resistir, é preciso saber a hora de se entregar.
Leia mais3.4.2015 | por Rafael Duarte
Proibido para menores de 16 anos, o mais novo espetáculo do Clowns de Shakespeare deveria estender sua restrição a todo e qualquer representante da tradicional família brasileira. A menos que estejam todos dispostos a enfrentar um necessário debate sobre os valores humanos, sociais e políticos levados diariamente de casa para o meio da rua ou fazendo o caminho inverso. Leia mais
20.12.2014 | por Valmir Santos
Uma vez expressa com verdade, nascida da necessidade de dizer, não há como deter a voz humana. Quando censurada a boca, ela fala pelas mãos, pelos olhos, pelos poros ou por onde quer que seja. Essa percepção compõe uma das narrativas breves que o escritor Eduardo Galeano imprime em El libro de los abrazos (1989), cujas páginas e lampejos inspiram a dramaturgia do novo espetáculo do grupo Clowns de Shakespeare. Leia mais
6.12.2014 | por Rafael Duarte
O que nos resta do experimento apresentado pelo Coletivo de Teatro Alfenim (PB) sobre fragmentos da obra de Machado de Assis é dizer que o romance Quincas Borba é mais atual do que a própria realidade. Apresentado durante o festival O Mundo Inteiro É um Palco, em Natal, o Ensaio sobre o humanitismo revela um Machado irônico, contestador e, sobretudo, sarcástico. Estivesse hoje entre nós, provavelmente o patrono da Academia Brasileira de Letras estaria escrevendo sobre as mesmas contradições de um país hipócrita e bonito por natureza. Leia mais
4.12.2014 | por Valmir Santos
Deuses e fantasmas do teatro rondam o espetáculo Viagem aos campos de alfenim. Em sua primeira incursão pela dramaturgia, o diretor João Marcelino pede a bênção a Luigi Pirandello e a Fellini, para ficar em dois mestres das epifanias cênica e cinematográfica, ao revolver aspectos etéreos e divinos dos bastidores do teatro. A criação da Cia. A Máscara de Teatro, de Mossoró (RN), fala da perseverança ancestral dos artistas em sonhar e fazer por onde independente das tempestades emocionais, econômicas e existenciais que enfrentam para trazer à luz as “histórias que insistem em ser contadas”. Leia mais
3.12.2014 | por Rafael Duarte
O teatro de rua se alimenta da cultura popular para expor as vísceras e contradições de um Brasil, geralmente a partir do Nordeste. Na visão dessa dramaturgia, o nordestino é essencialmente um pobre coitado e ingênuo que sobrevive do que o destino lhe reserva, levando em conta a querência de um Deus que castiga. A bravura e a resistência surgem invariavelmente como contrapontos sustentados, na literatura, pelo pensamento euclidiano que funciona quase que como uma sentença: “o sertanejo é, antes de tudo, um forte”. Na esteira dessa peleja do homem contra seu destino, o humor apimenta o maniqueísmo de um bem e um mal retratados de forma alegórica. E o espetáculo apresenta seu juízo final a partir da consciência de seus protagonistas. Leia mais
19.11.2014 | por Valmir Santos
Brincadeira brotada há 15 anos de atividades formativas desenvolvidas por Helder Vasconcelos em São Paulo e, claro, irradiada do Carnaval de rua de Olinda e do Recife, suas fontes, o Boi marinho abriu no sábado (15/11/) a segunda edição do festival O Mundo Inteiro É um Palco – Ano II. O cortejo percorreu o entorno do Barracão Clowns, sede do Clowns de Shakespeare, grupo realizador do encontro de teatro nacional centrado no trabalho de pesquisa continuada dos coletivos e que consolida sua inscrição no calendário da cultura na capital do Rio Grande do Norte. Leia mais
12.11.2014 | por Valmir Santos
Aquilo que é da ordem do imprevisto, do acaso, surge calculadamente esquadrinhado no palco para erguer a biografia não autorizada e devidamente inventada de uma mulher e da cidade que mais a forjou para o mundo. Leia mais