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Crítica

Como se viu em boa parte da programação da MITsp 2019, Paisagens para não colorir, espetáculo da Compañía de Teatro La Re-Sentida, do Chile, parte de episódios e histórias verídicas. Nesse exemplar de teatro documentário, foram considerados os testemunhos de adolescentes entre 13 e 16 anos. Durante mais de um ano de workshops e entrevistas, a equipe do diretor Marco Layera investigou não apenas as violências a que são submetidas as garotas de seu país, como também garantiu que seus questionamentos e subjetividades tivessem espaço. Leia mais

Crítica

Ao celebrar seus 40 anos de existência, o Tapa – uma das mais longevas companhias brasileiras – escolheu montar O jardim das cerejeiras. Para um grupo que alcançou a maioridade levando ao palco justamente a primeira obra de Anton Tchekhov, Ivanov, em 1998, é significativo que a comemoração seja marcada por essa que é a última e mais brilhante das peças do autor russo. Leia mais

Crítica

As peças do uruguaio Sergio Blanco costumam se concentrar em único objeto: ele mesmo. Ao contrário, porém, do que se poderia esperar, a escrita desse autor não utiliza a própria identidade como forma de criar um teatro egocêntrico ou autocentrado. Em El bramido de Düsseldorf, que integrou o Mirada 2018 – Festival Ibero-Americano de Artes Cênicas, em Santos, e foi encenada também em São Paulo, Blanco consegue desdobrar a si mesmo como um espelho do mundo. Leia mais

Crítica

Falar também pode ser uma maneira de impor o silêncio. Falamos muito sobre o país miscigenado, falamos sobre discriminação e preconceito, enchemos páginas de jornal com a barbárie cotidiana e a matança da população negra. É com um excesso de palavras que conseguimos não dizer nada que sobre isso. Preto, mais recente criação da companhia brasileira de teatro, parte desse incômodo. Leia mais

Crítica

Um homem precisa de outro homem. A vida pede companhia, troca, cumplicidade. Mas o afeto tem suas limitações. E mesmo o mais poderoso dos laços pode esbarrar na brutalidade do mundo. Sobre ratos e homens, montagem de 2016 que agora retorna em curta temporada no Itaú Cultural, traz a história de John Steinbeck (1902-1968) sobre trabalhadores desempregados que vagam pelo Oeste americano durante a Depressão Econômica dos anos 1930. Leia mais

Crítica

A falta é um motor potente. A fome nos faz seguir adiante. A saciedade, não. Quando satisfeitos queremos repouso, descanso. “Todo o sistema em equilíbrio perfeito permanece imóvel”, diz uma das personagens de Árvores abatidas, peça de Krystian Lupa apresentada nesta 5ª edição da MITsp. Leia mais

Crítica

Existe uma ideia cristalizada de musical que se rompe em King size, obra de Christoph Marthaler apresentada na 5ª edição da MITsp. No início dos anos 2000, com a ascensão da versão anglo saxônica do gênero no Brasil, outras possibilidades de teatro musicado caíram em desuso. Leia mais

Crítica

Os atores parecem manequins. E se portam como tal, com seus gestos endurecidos e artificiais. Na peça de Susanne Kennedy, Por que o Sr. R. enlouqueceu?, nada soa natural. É o estranhamento em grau máximo o que se ambiciona nesse trabalho da companhia alemã Münchner Kammerspiele. Um estranhamento que se dá a partir da banalidade da vida humana. Assistimos a diálogos desse protagonista, o Sr. R, com a família e os colegas de trabalho – falas desprovidas de significado, destinadas apenas a ocupar o vazio. Leia mais

Crítica Militante

A história costuma ser contada a partir do ponto de vista masculino. A história da civilização, do pensamento, das guerras. Esquecemos, muitas vezes, que as macro narrativas que nos acompanham não são neutras, sem gênero. Há um enunciador masculino, branco, vencedor por trás da maior parte dos discursos que reproduzimos. Nesse sentido, Um berço de pedra, obra de Newton Moreno, pode ser lida como uma tentativa de dar voz ao que costumamos alijar do mundo, de ir contra a preponderância do masculino na fabulação. Leia mais

Crítica Militante

Assistir a Homens nas cidades é deparar-se com um mundo em que o feminino não existe. Não são apenas as mulheres que estão de fora dessa peça escrita pelo britânico Chris Goode. É todo um modo de existir no mundo – e de ser – masculino que se descortina quando o espetáculo se inicia. Sob a direção de Francisco Medeiros, Laerte Mello interpreta o monólogo no qual toma o papel de um narrador e passeia por situações diversas. Leia mais