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Crítica

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Em São Paulo

O artigo que se segue vai correr um pouco em zigue-zague, mas garanto que não bebi nada, nem água. O propósito é o de falar sobre Roque Santeiro, comédia de Dias Gomes com direção de Débora Dubois e músicas de Zeca Baleiro, relacionando o espetáculo a seu entorno recente e, ainda, às décadas de 1960 e 1970. Esse período pródigo em musicais teve em Dias Gomes um de seus autores mais atuantes. Vamos? Leia mais

Crítica

O que torna o homem humano? Será que os atos mais elementares da vida são suficientes para fazer do homem um homem? Samuel Beckett questiona o sentido de humanidade em Esperando Godot, clássico escrito após a Segunda Guerra que faz ecoar a desesperança de seu tempo. A obra se limita a tratar sobre o que é mais primário ao indivíduo, o sobreviver, como se o viver fosse um despropósito, uma ostentação. Leia mais

Crítica

Antígona e Mata teu pai são apropriações de tragédias gregas que empregam procedimentos diversos em relação aos textos de origem, sendo ambas produções do Rio de Janeiro. No caso da primeira, no Teatro Poeirinha, o diretor Amir Haddad e a atriz Andrea Beltrão mantêm o título da peça de Sófocles e recorrem à tradução de Millôr Fernandes inserindo eventualmente linguajar afinado com a contemporaneidade; na segunda – que encerrou apresentações no Espaço Cultural Sergio Porto e terá sessões no Gamboavista e no Festival de Curitiba –, Grace Passô concebeu uma peça autônoma a partir de Medeia, de Eurípedes. Leia mais

Crítica

A imaginação no poder

13.1.2017  |  por Valmir Santos

Segundo sábado de propaganda gratuita no rádio e na televisão, aquecimento da campanha para as eleições municipais de 2016. Na feira do Jardim Colonial, na zona sul de São José dos Campos, carros de som e cabos eleitorais (em sua maioria contratados) aproveitam a manhã movimentada para vender seu peixe. Foi ali que o Grupo Pombas Urbanas (SP) ligou a parabólica do teatro de rua para pensar a democracia à luz da realidade. Em sua premissa fabular, Era uma vez um rei destila crítica sobre os projetos de poder – um pleonasmo à esquerda, à direita ou ao centro de qualquer sistema de governo, mas também no nível interpessoal de todo cidadão. Leia mais

Crítica

Evoé, Marçal de Souza

7.1.2017  |  por Valmir Santos

Num poema que costuma acompanhar as edições da peça Rasga coração (1974), intitulado Somos todos profissionais, Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, riscou o chão: “(…) viemos aqui cumprir nossa missão/ a de artistas/ não a de juízes de nosso tempo/ a de investigadores, a de descobridores/ ligar a natureza humana à natureza histórica”. O grupo Teatro Imaginário Maracangalha, de Campo Grande (MS), pratica esta filosofia com precisão no espetáculo de rua Tekoha – Ritual de vida e morte do Deus Pequeno (2010). Leia mais

Crítica

Quando da primeira edição, em 1605, O engenhoso fidalgo Dom Quixote de la Mancha era mais ouvido que lido. O romance alcançava grandes auditórios em vez do cume calmo dos olhos. Afinal, a maioria dos cidadãos era analfabeta. Uma voz mediava o imaginário segundo as páginas de Miguel de Cervantes. A alusão ao contexto barroco da prosa do século XVII vem do prazer em fruir a inteligência cômica popular impressa no solo O incansável Dom Quixote, parceria do ator Maksin Oliveira com o diretor Reynaldo Dutra, numa produção da Magnífica Trupe de Variedades (RJ). Leia mais

Crítica

O particular e o geral

9.12.2016  |  por Daniel Schenker

Mesmo que pince um caso específico – o de um suposto pintor (o Philippe Dussaert do título da peça com Marcos Caruso) que se notabilizou na reprodução de paisagens de fundo de telas consagradas – e que tome cuidado de, em dado momento do texto, ressaltar que não tem a intenção de abordar a arte contemporânea como um todo, o francês Jacques Mougenot realça questões abrangentes sobre a obra de arte nos dias de hoje (quem atribui o valor, como estabelecer critérios para legitimar ou não o trabalho). Leia mais

Crítica Militante

Paisagem em labirinto

1.12.2016  |  por Valmir Santos

Observador atento da realidade no ato de rebelar-se contra ela, desde a primeira hora, o Grupo Folias D’Arte estabelece em Solidão um produtivo estranhamento na sua trajetória de quase duas décadas. Aqui os conflitos sociopolíticos estão submersos nas águas maternais do obscuro. Os artistas potencializam o inconsciente e vão beber direto na fonte do boom literário latino-americano das narrativas que exprimem o realismo gravitando o maravilhoso ou o mágico. Leia mais

Crítica

Estranho fruto

1.12.2016  |  por Patricia Freitas

Solidão, novo espetáculo do grupo paulistano Folias D’Arte, parece desnortear o espectador em suas inúmeras e intensas fragmentações e deslocamentos, tornando inclusive o exercício de síntese da obra algo quase que impossível. Curiosamente, é nessa esteira do impossível tornado possível – caracterizado por muitos como “realismo mágico” – que se move a materialidade cênica do espetáculo, impelida a desafiar e transpor ao palco a forma amorfa do maior romance do colombiano Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão. Leia mais

Crítica

Se já existe razoável entendimento sobre a relevância do processo de criação em todos os campos da arte, e em especial em uma atividade coletiva e presencial como o teatro, no musical A cidade e as mulheres, criado de modo colaborativo pelos aprendizes da Fábrica de Cultura Jaçanã, na zona norte de São Paulo, o valor da construção do pensamento que funda o gesto criativo é perceptível na carne mesma do espetáculo. Leia mais