Menu

Crítica

Crítica

Crítica

Topografia da dor

25.1.2016  |  por Valmir Santos

O que deveria ser impensável, inimaginável – a mulher como saco de pancadas – ganha feição por meio de estatísticas, relatos, corpos e muita indignidade na performance Para aquelas que não mais estão, uma resposta à violência de gênero, chaga naturalizada na casa, no trabalho, na escola, na rua. Parceria da atriz mexicana Violeta Luna com as brasileiras Stela Fischer e Leticia Olivares, do Coletivo Rubro Obsceno, de São Paulo, o trabalho dá nome e rosto a algumas das milhares de vítimas assassinadas nos últimos anos. Leia mais

Crítica

A fúria do corpo

24.1.2016  |  por Daniel Schenker

O corpo não parece ser fonte de prazer, mas de angústia e dor para os personagens jovens de Cara de fogo, texto do dramaturgo alemão Marius von Mayenburg que ganhou encenação de Georgette Fadel atualmente em cartaz no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O adolescente Kurt expressa recusa Leia mais

Crítica

O termo “casa de diversão adulta” parece um tanto quanto incomum quando o associamos à mitologia grega ou mesmo a um espetáculo teatral. Podemos, talvez, pensar que o concubinato forçado por que passaram as mulheres troianas ao serem consideradas espólio de guerra tenha algo de comércio sexual, mas está muito mais próximo a estupro institucionalizado. Se em As troianas, de Eurípedes,  Cassandra, a princesa vidente, filha de Hécuba, chora e prediz catástrofes como vingança por ter sido tomada como escrava junto com as mulheres de Tróia, em Kassandra, o espetáculo da Cia. La Vaca, com texto do franco-uruguaio Sergio Blanco, a personagem parece estar mais resignada à ideia de que seu corpo é uma mercadoria. Leia mais

Crítica

“O futuro dos museus está dentro de nossas próprias casas”, prognostica o escritor Orhan Pamuk, autor de O museu da inocência (2008). O romancista turco reivindica a escala humana para as instituições fixadas em narrativas nacionais, de Estado, em detrimento das experiências dos indivíduos que efetivamente a viveram. Ao escrever e dirigir o espetáculo Família museu (Familia museo, 2013), resultado de formação universitária em Buenos Aires, Ariel Zagarese fez uma delicada aproximação da premissa daquele Nobel de Literatura Leia mais

Crítica

Num palco à penumbra, vestido preto e os braços melados de uma tinta amarela, Matheus Nachtergaele rasga-se em verso. Buscou os versos escritos por sua mãe, Maria Cecília, para fazê-los seus. Diz em primeira pessoa. Conta de loucuras, devaneios e amores. Leia mais

Crítica

Reunindo diferentes bandeiras, as manifestações de junho de 2013 obtiveram ganhos importantes, como o que diz respeito ao preço das passagens de ônibus, cujo aumento foi o estopim do movimento, mas questões estruturais que figuraram entre as reivindicações, a exemplo do fim da corrupção e da melhoria dos serviços públicos, não foram articuladas estrategicamente em um projeto político. As demandas são igualmente ou mais graves hoje do que eram na ocasião.

A herança simbólica de junho de 2013, entretanto, vai além de seus eventuais ganhos e limitações. Desde então, foram inúmeras as peças que traduziram, nas mais criativas formas, a ideia do gigante que acordou. Não tem sido rara a inserção de cenas de protestos nas produções. Em outros casos, as próprias manifestações servem de motivo principal, como ocorre em No que você está pensando?, primeiro trabalho do coletivo Cena Expandida Leia mais

Crítica

Um grito parado no olhar

30.12.2015  |  por Valmir Santos

A dramaturga, atriz e pesquisadora Nina Caetano dispensa a função de porta-voz que fala pelo outro, em geral um sujeito institucionalizado, e transforma a mudez em ato ressonante. Misto de denúncia e metáfora, a performance O espaço do silêncio prioriza a leitura em vez da palavra falada. Não é ela quem lê, mas os outros Leia mais

Crítica

Depois de um ano de El Niño para as artes cênicas, Curitiba viu duas boas estreias quase na virada do calendário. Quem perdeu pode ficar de olho no possível retorno, durante o Festival de Teatro, de Mommy e Artista de fuga.

Em ambas atuou a veterana atriz Rosana Stavis Leia mais

Crítica

No seu aniversário de 4 anos, Karen Radde (hoje com 42 anos) disse: “Meu pai um dia irá morrer, mas com o Teatro Novo isso nunca vai acontecer, porque vou continuar cuidando dele”. Desde então, 38 anos se passaram e, tal qual um vaticínio, a promessa de Karen se cumpriu: agora seu pai, Ronald Radde, criador de uma das mais importantes companhias gaúchas Leia mais

Crítica

A pertinência de Brecht

22.12.2015  |  por Daniel Schenker

A nova montagem de A Santa Joana dos matadouros, que encerrou temporada no Teatro Glaucio Gill, no Rio, segue à risca certas plataformas do teatro brechtiano, particularmente no que se refere a colocar em prática o famoso distanciamento (ou estranhamento) Leia mais