Menu

Crítica

Crítica

Crítica

Ao contrário do que pode sugerir o título – Dizer o que você não pensa em línguas que você não fala – a encenação dirigida por Antônio Araújo na Bélgica ultrapassa a questão da babel de idiomas e do atrito entre culturas.  Com atores brasileiros, belgas e franceses integrando o elenco, trata-se de uma coprodução entre o Festival de Avignon, da França, e o Teatro Nacional de Bruxelas, cidade onde o espetáculo estreou há seis dias para curta temporada. Se, em cena, diferentes línguas efetivamente se fazem ouvir – francês, inglês, flamengo, português e suaíli (falado por povos da costa leste africana) –, o que está em jogo de fato são os discursos historicamente construídos. Desde os ideológicos aos religiosos, passando pelos amorosos. Os territórios culturais instáveis que propiciam o surgimento de vozes desencontradas, assim como seu emudecimento ou amplificação, estão no cerne da obra multissensorial e deambulatória – marca de identidade da linguagem do Teatro da Vertigem e cujo ponto de partida temático é a crise financeira europeia e sua interferência no modo como a vida das pessoas se organiza. Leia mais

Crítica

O público carioca está tendo a oportunidade de entrar em contato com a dramaturgia do inglês Mike Bartlett por meio de duas montagens, Cock – Briga de galo, em cartaz no Teatro Poeira, e Contrações, em temporada no Teatro III do Centro Cultural Banco do Brasil. A partir desses dois textos, dados gerais, tanto no âmbito estrutural quanto no temático, sobressaem logo de início: na primeira esfera, a tendência a priorizar frases curtas e poucos personagens; na segunda, o destaque ao aumento da pressão sobre um personagem, que faz com que a ação evolua rumo a um clímax. Leia mais

Crítica

Virá que eles viram

30.5.2014  |  por Fernando Marques

Ultrapassei algumas dificuldades para chegar ao Teatro II, no Centro Cultural Banco do Brasil, em Brasília, dia desses, uma sexta-feira. Minha culpa, minha máxima culpa. Naquela sala está em cartaz, até o próximo domingo, o espetáculo Extraordinário, com o qual o Teatro do Concreto comemora seus dez anos de atividades. O texto é de Vinícius Souza e a direção, de Francis Wilker. Leia mais

Crítica

O 9º Festival Palco Giratório Sesc/POA encerrou no domingo (25/5), após três semanas de programação. As leituras dos espectadores sobre as tendências que apareceram no evento dependem da grade que cada um programou para si. Os espetáculos a que assisti mostraram uma renovação do teatro político com a busca de dramaturgias brasileiras – ou estrangeiras bastante adaptadas. No esforço de dialogar com a realidade social, o particular se sobressai ao universal, o que é uma boa notícia, já que a categoria do universal sempre foi uma construção ideológica. Seria equivocado atribuir esse fenômeno às manifestações de junho de 2013, já que diversas peças foram criadas anos antes. É mais provável se tratar de uma feliz coincidência. Leia mais

Crítica

O teatro norte-americano do século 20 é pródigo em exemplos de autores que transmutaram suas experiências biográficas em material para o palco. Em Longa jornada noite adentro, Eugene O’Neill abordou questões cruciais de sua vida familiar, recriando seus pais nas figuras de James e Mary Tirone. Tennessee Williams também revisitou o passado. Tanto em À margem da vida quanto em Um bonde chamado desejo encontramos delineada a figura da irmã do escritor, Rose. Com Edward Albee não foi diferente. Leia mais

Crítica

Talvez não proceda a afirmação que a nova equipe de curadoria do FIT-BH (Cássio Pinheiro, Jefferson da Fonseca e Geraldo Peninha) não possua experiência, qualificações e boas intenções o bastante para encabeçar um evento de tal magnitude. Tudo na vida começa em algum lugar, em algum estágio. Mas parece não restar dúvidas que a edição do festival de maior relevância na cidade – em se tratando das artes cênicas – frustrou expectativas em demasia. Comparada às edições anteriores, gerou bem mais desagrados que satisfações. Leia mais

Crítica

As celebrações pelos 450 anos de Shakespeare continuam a reverberar na agenda dos festivais brasileiros. No FIT – Festival Internacional de Teatro de Palco e Rua de Belo Horizonte, a tônica se manteve. A encenação de Hamlet, pela histórica cia. Berliner Ensemble, sinalizou o ponto máximo da programação. Leia mais

Crítica

De acordo com a mitologia persa, Syngué Sabour é o nome de uma pedra mágica. A esse pedaço de rocha, pode-se contar tudo: seus segredos, sofrimentos, lamentos e decepções. Um dia, diz a lenda, essa pedra irá explodir e deixará livre o seu confidente, levando pelos ares tudo aquilo que lhe havia sido confiado. Leia mais

Crítica

O intento obstinado do diretor e compositor Octavio Camargo de encenar toda a Ilíada em dois anos tem como mérito haver iniciado a empreitada com uma grande atriz. Claudete Pereira Jorge faz maravilhas no monólogo criado para o Canto 1, que reúne uma dezena de personagens, num texto não exatamente acessível. A estreia deu-se em 2006, mas, na semana passada, ela voltou em quatro apresentações que marcaram a retomada do projeto. Ele agora deve ir adiante com a montagem dos 24 trechos da obra de Homero, mas não em ordem: o próximo será o Canto 16, com o ator Richard Rebelo, em junho – data a definir. O conjunto deve ser apresentado durante a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, e, simultaneamente, na Grécia. Leia mais

Crítica

Nem é necessário ir até Fortaleza para saber o quanto a capital cearense tornou-se um celeiro incrivelmente fértil de humoristas de tônus popular. Tantos, mas tantos profissionais assim, que muitos transbordaram do extenso mercado local dedicado ao humor para os palcos do país afora. Também prosperou por lá, sobretudo ao longo da última década, um teatro menos circunscrito ao riso. Fenômeno semelhante se registrou em outras grandes cidades nordestinas, onde jovens artistas se estabeleceram em grupos e buscaram viver do que fazem. Exemplos do Piollim, de João Pessoa; do Clowns de Shakespeare, de Natal; do Bagaceira, também de Fortaleza; e do Magiluth, de Recife. Leia mais