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Crítica

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O artista é o Atlântico. Pacífico. Leão. Oceano e fera. Afoga e devora ­– cantadas, essas frases recebem o espectador de Orlando, montagem do Grupo Expressões Humanas, adaptado do romance homônimo de Virginia Woolf (1882-1941), publicado em 1928. A canção de boas-vindas dá o tom do que se pode esperar do espetáculo – um desafio a qualquer ator, que precisa assumir esta dupla condição, de “oceano” e de “fera”, para encenar Orlando. Leia mais

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O que as loucuras e os medos de uma pessoa dizem sobre quem ela é? Os delírios de Camille Claudel (1864-1943), escultora francesa, aluna e amante de Auguste Rodin (1840-1917), abandonada pelo mestre e internada pelos parentes em um asilo, são a matéria-prima usada pela atriz Ceronha Pontes para esculpir os contornos da personagem. Leia mais

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O teatro de grupo legou os melhores espetáculos das temporadas recentes. Nos últimos anos, também é insuspeito o protagonismo da cidade no que diz respeito às artes cênicas nacionais. Em 2013, a qualidade da cena local permanece indissociável do trabalho dos coletivos. Mas, por alguma razão, invertendo-se a ordem até então estabelecida, várias das melhores criações vistas por aqui foram produzidas e gestadas em outros Estados do País. Leia mais

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Estreada em Salvador a poucas semanas dos protestos de junho, A conferência exprime com argúcia o poder da arte em prenunciar becos e ser reticente quanto a saídas diretas – porque aí seriam outros quinhentos em termos de ativismo. Leia mais

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Há intimidades e intimidades. Em que medida desnudar-se é estar por inteiro diante do outro? A mão na face projeta poros da percepção da verdade que lentes de webcan não dão conta. O Grupo Bagaceira de Teatro compõe um realismo radical em todos os aspectos desse espetáculo, pode-se dizer, afluente da dramaturgia de Plínio Marcos (1935-1999) pelo talhe da carne e da alma. Veludos e Neusas Suelis são entreouvidos.

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O grupo Pavilhão da Magnólia coloca para si missão à altura de seus 11 anos de atuação na capital cearense: recriar no palco o romance infantojuvenil Luna Clara & Apolo Onze, de Adriana Falcão. Um núcleo de poucas ambições artísticas não se daria a esse trabalho. Leia mais

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Misturas factuais e ficcionais embasam algumas das experiências mais inquietantes da cena contemporânea. Um teatro do ‘eu’ vem a público para estilhaçar o cada um por si e suscitar individuações. O recém-criado Coletivo Casulo, com egressos da graduação de artes cênicas do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará, o IFCE, recolhe feridas e cicatrizes biográficas para convertê-las em arte. Nada de novo nesse procedimento, mas como não atirar-se ao divã em público? Achados & perdidos escolhe a performance e a instalação como suportes de um inventário afetivo. Leia mais

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A forte identificação que o monólogo Aurora boreal estabelece com o espectador constitui seu paradoxo. O autor, diretor e ator Dionízio do Apodi, do grupo potiguar O Pessoal do Tarará, sediado em Mossoró há 11 anos, amarra de tal forma a empatia em torno do relato que chega a abri-lo à intervenção do público, instado a assumir em cena algum testemunho de coragem como aquele empreendido até ali pelo artista (colocando-se sob holofotes) e do personagem (narrando a superação de um dilema existencial). A interação é movediça. As concessões, idem. Leia mais

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As duas peças de Rafael Barbosa apresentadas na semana do Festival de Teatro de Fortaleza tocam em meandros dessa arte e dos seus fazedores. Metrópole, com a Companhia Inquieta de Teatro, e Ô, putaria, com o Grupo Teatro em Película, urdem os dilemas da produção da cidade e do próprio artista em construção. Em vez de ansiedade metalinguística, a profícua obra de juventude – ele tem 23 anos e pelo menos dez textos – é talhada pelo desejo de contar histórias dispondo muitas pedras metafísicas e tragicômicas no meio do caminho. Leia mais

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Ao arremedo de fábula que Georg Büchner (1813-1837) aplica em Leonce e Lena para desconstruir convenções românticas, políticas e sociais o Teatro Máquina deita seus próprios dispositivos espaciais, visuais e sonoros sem eclipsar o antienredo palaciano do autor alemão. Como ele, o grupo investe na comicidade crítica e, livre associação, contrapõe-se à voga do riso oco e autômato, uma pandemia do momento brasileiro. Leia mais