19.7.2023 | por Fernando Marques
Os pais de Millôr Fernandes (1923-2012) o registraram como Milton Viola Fernandes em maio de 1924, nove meses depois de seu nascimento a 16 de agosto de 1923. Várias edições de seus trabalhos por isso trazem o ano de 1924 como aquele em que nasceu. Até mesmo a ilustração para a capa do livro com a peça Duas tábuas e uma paixão, que mostra duas mulheres-anjo a erguerem do túmulo o corpo do autor, feita pelo próprio, crava “1924-1962”. O correto, no entanto, é 1923.
Leia mais16.6.2021 | por Valmir Santos
O estado de horror implantado pelo bolsonarismo leva artistas a se posicionaram, poeticamente, de forma ainda mais radical. Não poderia ser diferente em arte. E não faltam exemplos nas circunstâncias dos últimos 15 meses de pandemia sobrepostos à guerra cultural instalada desde a posse. Um governo incapaz de tecer uma linha sobre a morte de Nelson Sargento e outros mestres e mestras em diferentes expressões. Que desqualifica o pensamento crítico. Ataca sistematicamente a comunidade artística. Desestrutura instâncias-chave do extinto Ministério da Cultura (MinC). Cientes dessa realidade macabra, os 86 minutos do vídeo-manifesto Liberdade liberdade [revisitada] constituem mais um exemplo de exposição da dor e de seu contraponto, o empenho coletivo para denunciá-la bravamente, purgá-la, a despeito da política pública de extermínio.
Leia mais10.6.2016 | por Dirce Waltrick do Amarante
A estreia, em 1965, de Liberdade, liberdade, de Millôr Fernandes e Flávio Rangel, foi um grande sucesso, mas não durou muito nos palcos brasileiros, pois tão logo o regime militar, recém-instaurado no Brasil, se deu conta do conteúdo da peça, ela foi imediatamente censurada. Leia mais
22.3.2015 | por Fernando Marques
O teatro musical brasileiro não nasceu ontem, mas há pelo menos 155 anos. Começamos pela revista, uma das espécies do gênero musical. O primeiro espetáculo de revista escrito e encenado no país chamou-se As surpresas do senhor José da Piedade, texto de Figueiredo Novaes. A peça ficaria em cartaz por apenas três dias, tendo sido proibida por atentar contra a moralidade das famílias, no Rio imperial de 1859. Leia mais
8.3.2015 | por Valmir Santos
Será sempre um erro de perspectiva explicar a vida de um poeta pelos seus versos. Ou vice-versa, pondera o crítico literário pernambucano Álvaro Lins (1912-1970). A premissa também vale para homens e mulheres que passam décadas apreciando determinada manifestação artística e fundem-se à mesma. Na travessia das 1.224 páginas de Amor ao teatro: Sábato Magaldi (Edições Sesc) divisamos a condição primeira do espectador indissociável da prática e do pensamento do crítico obcecado pela racionalidade em seu instrumental de análise. Leia mais
31.3.2014 | por Fernando Marques
O que devemos guardar do pródigo teatro musical feito no Brasil das décadas de 1960 e 70? Penso ser possível extrair, daquelas peças e espetáculos, uma teoria do teatro – de matriz local, mas de vocação universal.
Apresento a seguir trechos da introdução de ‘Com os séculos nos olhos’: teatro musical e político no Brasil dos anos 1960 e 1970, livro que deverá ser publicado nos próximos meses pela Editora Dulcina. O livro procede da tese de doutorado que defendi em literatura brasileira, na Universidade de Brasília, em 2006. Leia mais