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Crítica

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‘Ele já tem a alma saturada de poesia, soul 
e rock’n’roll
As coisas migram e ele serve de farol’
(Caetano Veloso, O homem velho)

(para ler ao som de Round midnight)

Às  primeiras notas de An old Monk Mário Faustino já sopra, de um lado, ao meu ouvido: “a jusante a maré entrega tudo (…) a montante a maré apaga tudo”. Vou marcando, pé no chão, o andamento variado da cena. Leia mais

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A terceira edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) recebeu duas encenações de Joël Pommerat – Ça ira e Cinderela, com a Compagnie Louis Brouillard, sendo a segunda obra uma parceria com o Teatro Nacional de Bruxelas. Pommerat é conhecido do público pela dramaturgia de Esta criança, montagem de Marcio Abreu com a Companhia Brasileira. Sem deixar de valorizar as especificidades próprias dos espetáculos, cabe traçar associações entre ambos. Leia mais

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Toda linguagem nasce de um esforço, por natureza, inútil. É por saber-se incompleto que o homem deseja. A falta nos move, nos empurra para além do silêncio e da imobilidade. Qualquer palavra, não importa quão bem escolhida, será incapaz de dizer completamente dessa falha. É essa lacuna que nos obriga a seguir. A dizer mais. A tentar dizer melhor. A formular novos textos, novos arranjos, outros argumentos. E a voltar, seguidamente, de mãos vazias.

Espetáculo do artista congolês Faustin Linyekula, A carga (Le cargo), vem mover-se ao redor dessa ausência primordial. Leia mais

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Na abertura de Still life (Natureza morta), apresentado na programação da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, MITsp, há uma cena que pode ser considerada síntese do pensamento inspirador desse espetáculo. No palco, um homem com uma pedra nas mãos, sentado quase imóvel em uma cadeira, observa o movimento do público que se acomoda na plateia do teatro. Após soar o terceiro toque de campainha, Leia mais

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Qual a extensão do poder da arte?  Ela se manifesta ancestral, no caso do músico e compositor Neo Muyanga. Ou presume o calor da hora, a urgência, segundo a performance poético-política assim definida e concebida pelo DJ e ator-MC Eugênio Lima com mais de uma dezena de atuadores. Leia mais

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Fábulas têm origem no inconsciente coletivo e, ao mesmo tempo, atuam sobre o imaginário público. Nelas desejos e temores difusos são nomeados e, traduzidos em comportamentos, submetidos à normatividade de seu tempo. Quando adquirem formas potentes, permanece central a tensão entre as cores sombrias e as luminosas; se simplistas, o terror é apaziguado, e a lição moral predomina. A polaridade entre pulsões e sociabilidade assim como a linguagem lúdica característica dos contos de fadas se mantém na concepção de Cinderela que tem texto e direção do francês Jöel Pommerat Leia mais

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Os realistas

13.2.2016  |  por Daniel Schenker

O título da peça de Will Eno (The realistic Joneses, que, na tradução brasileira de Ursula e Erica de Almeida Rego Migon, foi resumido para Os realistas) traz imediatamente à tona uma perspectiva histórica. Leia mais

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Sinal dos tempos de crise ou mera coincidência, fato é que os monólogos vicejam nesse início de temporada em São Paulo. Denise Weinberg está com o seu Testamento de Maria; Thiago Fragoso encena As benevolentes; Luciano Chirolli se lança a Memórias de Adriano, adaptação do aclamado romance de Marguerite Yourcenar.  Leia mais

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Em nome de Maria

2.2.2016  |  por Valmir Santos

No Brasil, a montagem de uma peça centrada em passagem da vida da Virgem Maria dificilmente escaparia aos traços barrocos da Igreja Católica, como o ornamento, a exuberância e a compaixão. Não é o que acontece em todas as frentes de O testamento de Maria, direção de Ron Daniels para o monólogo do irlandês Colm Tóibín, interpretado por Denise Weinberg. Leia mais

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Uma mulher e tudo o que ela não disse ao longo da vida. Em O testamento de Maria, em cartaz no Sesc Pinheiros, Denise Weinberg assume o icônico papel de mãe de Jesus Cristo e o ímpeto de revelar verdades submersas. Leia mais