25.11.2022 | por Kil Abreu
Panorama do teatro brasileiro completa 60 anos de sua publicação (Difel, 1962). É uma das obras centrais entre as escritas pelo crítico, professor e historiador Sábato Magaldi (1927-2016) e referência para a história do teatro no Brasil. O livro é a um só tempo síntese histórica e roteiro de trabalho. Organiza, aprofunda, desdobra os estudos que o autor já vinha desenvolvendo desde que começara a escrever no Diário Carioca, em princípio dos anos de 1950, e, depois, em mais de 20 anos de colaboração com o Jornal da Tarde, de São Paulo, a partir de 1966. A atividade jornalística seria complementada pela participação junto ao Suplemento Literário, do jornal O Estado de S. Paulo.
Leia mais11.8.2017 | por Fernando Marques
Pude entrevistar o crítico e historiador teatral Décio de Almeida Prado (1917-2000) em três ocasiões. A primeira delas foi quando se completavam cem anos da morte de Alexandre Dumas Filho (1824-1895), autor da célebre A dama das camélias, peça que em meados do século XIX agitou a cena francesa ao misturar passionalidade romântica à franqueza realista. Leia mais
17.5.2016 | por Kil Abreu
Parte I – Esboço histórico
A contemplação da perda de uma força civilizatória não deixa de ser civilizatória a seu modo. Durante muito tempo tendemos a ver a inorganicidade, e a hipótese de sua superação, como um destino particular do Brasil. Agora ela e o naufrágio da hipótese superadora aparecem como o destino da maior parte da humanidade contemporânea, não sendo, nesse sentido, uma experiência secundária.[1]
Um fenômeno interessante e recorrente na história da crítica teatral no Brasil é a ideia de um esperado ou renovado surgimento do “verdadeiro” teatro brasileiro[2]. De José de Alencar a Décio de Almeida Prado, passando pelo projeto iniciado por Alcântara Machado nos anos 20 e 30, a crítica esteve sempre a atestar, de acordo com a visão em voga em cada época, o nascimento de um caminho novo e promissor Leia mais
8.3.2015 | por Valmir Santos
Será sempre um erro de perspectiva explicar a vida de um poeta pelos seus versos. Ou vice-versa, pondera o crítico literário pernambucano Álvaro Lins (1912-1970). A premissa também vale para homens e mulheres que passam décadas apreciando determinada manifestação artística e fundem-se à mesma. Na travessia das 1.224 páginas de Amor ao teatro: Sábato Magaldi (Edições Sesc) divisamos a condição primeira do espectador indissociável da prática e do pensamento do crítico obcecado pela racionalidade em seu instrumental de análise. Leia mais
Quando o telefone tocou, Nathalia Timberg precisou de algum tempo para responder. Do outro lado da linha, o diretor Roberto Alvim, da cia. Club Noir, fazia-lhe uma proposta para encenar Samuel Beckett. Seria sua primeira incursão pela obra do autor irlandês em seus 60 anos de carreira. Antes de dizer o que acha, ela espera. Pausa. Leva três segundos em silêncio. E só então aceita. Não como quem decide. Mas como se cedesse a um chamado: “Ah, mas aí fica muito tentador…”, disse. Leia mais
23.1.2014 | por Valmir Santos
O texto a seguir foi publicado originalmente na revista eletrônica Questão de Crítica, sob o título Instabilidades na recepção crítica ao teatro de pesquisa. E consolidado a partir da palestra de abertura do 2º Encontro Questão de Crítica ocorrido no Rio de Janeiro em março de 2013. A imagem que o ilustra é uma cena da obra Origem destino (2013), da Companhia Auto-Retrato, que propõe ficção em deslocamento pela cidade de São Paulo entre a Praça da Sé, no centro, e o bairro de Santo Amaro, na zona sul. Leia mais