17.2.2021 | por Valmir Santos
A rigor, desde a quinta série a poeta e ensaísta Leda Maria Martins aprendeu como a força bruta também se impõe por meio de ações, gestos, imagens, silenciamentos e outras formas pensantes. Alguns de seus professores foram “desaparecendo” da sala de aula à medida que expressavam consciência crítica sob o tacão da ditadura civil-militar. Como contraponto a essa e a outras opressões, combatidas vida adentro, a estudante de escola pública nascida no Rio de Janeiro e crescida em Belo Horizonte teve sua formação humanística forjada nas culturas do samba carioca e do reinado/congado mineiro, fontes primárias benzidas pela mãe, Alzira Germana Martins, coroada Rainha de Nossa Senhora das Mercês por iniciativa dos membros da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário do Jatobá.
Leia mais10.5.2016 | por Fábio Prikladnicki
A história da recepção crítica da obra de Qorpo-Santo tem sido a história de sua assimilação a um aparato teórico-poético estranho e anacrônico a ela. Desde sua redescoberta, cem anos após a publicação das peças, o autor gaúcho tem sido lido à luz de correntes europeias modernas, como o teatro do absurdo e o surrealismo, em uma estratégia discursiva que o aliena de seu país e de sua época. A reflexão é oportuna porque, neste 2016, são celebrados os 150 anos da dramaturgia de Qorpo-Santo (suas 17 peças, uma delas inconclusa, foram todas escritas entre janeiro e junho de 1866) e os 50 anos da primeira encenação de sua obra, com a histórica montagem do diretor Antônio Carlos de Sena, em 1966, para três textos (As relações naturais, Eu sou vida; eu não sou morte e Mateus e Mateusa) no Clube de Cultura, histórico reduto de esquerda localizado no bairro Bom Fim, em Porto Alegre[1]. Leia mais
26.5.2015 | por Helena Carnieri
É um sopro de ar fresco um espetáculo como Amanhã sou outro, com suas cenas contemporâneas, rápidas, criativas, bem ensaiadas. Bom teatro [como se viu na temporada de estreia em Curitiba e, agora, nas três apresentações no Itaú Cultural, em São Paulo, sempre gratuitas]. Leia mais
29.4.2015 | por Fábio Prikladnicki
Desde que foi redescoberto na década de 1960, um século depois de ter produzido sua obra, o dramaturgo e escritor gaúcho Qorpo-Santo (1829–1883) recebeu uma certa aura folclórica por ter sido considerado louco em seu tempo. Leia mais
31.3.2015 | por Helena Carnieri
O Festival de Teatro entra na segunda semana com experimentalismo. Na mostra principal, os monólogos Oe, Surfacing e Meu Saba prometem trazer visões artísticas únicas numa roupagem inovadora. A paralela Fringe, tradicionalmente um espaço dedicado a novas abordagens cênicas, traz sucessos da cena alternativa de 2014 e estreias. Há muitas peças vindo de fora e a Gazeta do Povo falará delas nos próximos dias. Leia mais
27.1.2015 | por Fábio Prikladnicki
Passou praticamente despercebido o lançamento, em novembro de 2014, de um livro que recupera parte fundamental da história do Estado: o Dicionário de autores da literatura dramática do Rio Grande do Sul, com informações sobre dramaturgos que escreveram desde o século 19 e iluminam as principais questões políticas e sociais da época. Seu autor, o pesquisador Antenor Fischer, 55 anos, tem se debruçado há 12 anos sobre o tema em uma série de estudos de proporção sem precedentes. Até então, a dramaturgia ocupava um espaço periférico nas histórias da literatura, que costumam enfocar a prosa e a poesia. Leia mais
6.6.2014 | por Michele Rolim
Dramaturgo, poeta, jornalista, tipógrafo, gramático, louco… Essas são apenas algumas das atribuições dirigidas a José Joaquim de Campos Leão, vulgo Qorpo-Santo (1829-1883), como ele mesmo se intitulava. Para a diretora Inês Marocco, ele poderia ser definido como um bufão, “ele era uma figura visionária, à margem da sociedade e criadora de personagens grotescos, exatamente como um bufão”, relata ela, lembrando que Qorpo Santo viveu em uma Porto Alegre do século XIX. Leia mais
5.5.2014 | por Fábio Prikladnicki
Uma das maiores autoridades em Shakespeare no Brasil, tendo traduzido quase todas as suas peças exceto duas, Barbara Heliodora, 90 anos, recebeu a reportagem de Zero Hora em sua casa, no bairro Cosme Velho, no Rio. No final de 2013, a crítica teatral mais respeitada do país anunciou a aposentadoria do ofício que exercia há mais de 50 anos – os últimos 23 anos no jornal O Globo. Agora, passará a escrever críticas apenas ocasionalmente e se dedicará à tradução de textos para teatro. Nesta entrevista, ela fala sobre a recepção no Brasil da obra do grande autor inglês, que teve seus 450 anos de nascimento celebrados em 23 de abril. Leia mais
A história de uma mulher alforriada que volta a ser escrava é o objeto do espetáculo carioca A negra felicidade. Dirigida por Moacir Chaves, a montagem reconstitui um episódio verídico do Rio de Janeiro do século 19: em 1870, uma ex-escrava pede um empréstimo para conseguir comprar a liberdade de sua filha. O agiota, contudo, decide cobrar a dívida assumindo a posse da moça. Leia mais
17.1.2014 | por Fábio Prikladnicki
Confira os espetáculos que alguns dos mais destacados nomes do teatro e da dança no Rio Grande do Sul preparam para este ano. Leia mais