12.3.2016 | por Kil Abreu
(para ler ao som de Round midnight)
Às primeiras notas de An old Monk Mário Faustino já sopra, de um lado, ao meu ouvido: “a jusante a maré entrega tudo (…) a montante a maré apaga tudo”. Vou marcando, pé no chão, o andamento variado da cena. Leia mais
12.3.2016 | por Daniel Schenker
A terceira edição da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo (MITsp) recebeu duas encenações de Joël Pommerat – Ça ira e Cinderela, com a Compagnie Louis Brouillard, sendo a segunda obra uma parceria com o Teatro Nacional de Bruxelas. Pommerat é conhecido do público pela dramaturgia de Esta criança, montagem de Marcio Abreu com a Companhia Brasileira. Sem deixar de valorizar as especificidades próprias dos espetáculos, cabe traçar associações entre ambos. Leia mais
11.3.2016 | por Maria Eugênia de Menezes
Toda linguagem nasce de um esforço, por natureza, inútil. É por saber-se incompleto que o homem deseja. A falta nos move, nos empurra para além do silêncio e da imobilidade. Qualquer palavra, não importa quão bem escolhida, será incapaz de dizer completamente dessa falha. É essa lacuna que nos obriga a seguir. A dizer mais. A tentar dizer melhor. A formular novos textos, novos arranjos, outros argumentos. E a voltar, seguidamente, de mãos vazias.
Espetáculo do artista congolês Faustin Linyekula, A carga (Le cargo), vem mover-se ao redor dessa ausência primordial. Leia mais
10.3.2016 | por Beth Néspoli
O teatro é momento de sofrimento, uma dor compartilhada.
Angélica Liddell
Por que alguém escolhe como matéria de sua arte algo que muito provavelmente provocará um sentimento agudo de horror nos receptores? Tal interrogação pode vir à mente dos (potenciais) espectadores de Hysterica passio, texto da espanhola Angélica Liddell que aborda o ressentimento provocado pela dor tão lancinante quanto socialmente invisível que é a da criança abusada e torturada pelos próprios pais. Leia mais
6.3.2016 | por Beth Néspoli
Na abertura de Still life (Natureza morta), apresentado na programação da Mostra Internacional de Teatro de São Paulo, MITsp, há uma cena que pode ser considerada síntese do pensamento inspirador desse espetáculo. No palco, um homem com uma pedra nas mãos, sentado quase imóvel em uma cadeira, observa o movimento do público que se acomoda na plateia do teatro. Após soar o terceiro toque de campainha, Leia mais
5.3.2016 | por Valmir Santos
Qual a extensão do poder da arte? Ela se manifesta ancestral, no caso do músico e compositor Neo Muyanga. Ou presume o calor da hora, a urgência, segundo a performance poético-política assim definida e concebida pelo DJ e ator-MC Eugênio Lima com mais de uma dezena de atuadores. Leia mais
4.3.2016 | por Beth Néspoli
Fábulas têm origem no inconsciente coletivo e, ao mesmo tempo, atuam sobre o imaginário público. Nelas desejos e temores difusos são nomeados e, traduzidos em comportamentos, submetidos à normatividade de seu tempo. Quando adquirem formas potentes, permanece central a tensão entre as cores sombrias e as luminosas; se simplistas, o terror é apaziguado, e a lição moral predomina. A polaridade entre pulsões e sociabilidade assim como a linguagem lúdica característica dos contos de fadas se mantém na concepção de Cinderela que tem texto e direção do francês Jöel Pommerat Leia mais
26.2.2016 | por Alexandre Vargas
No ambiente nacional de declínio público, os problemas dos festivais de teatro vêm sistematicamente à tona. Para terminar com os enigmas insolúveis e quebra-cabeças mágicos que envolvem mostras de caráter continuado é necessária uma reflexão Leia mais
25.2.2016 | por Valmir Santos
Uma narrativa sobre o Teatro de Grupo na América Latina, como convida a presente edição da Cavalo Louco [ver nota de rodapé], talvez pudesse ser traçada por meio da memória dos espetáculos vivenciados por este espectador, à maneira de acenos de um panorama transcorrido desde o final da década de 1980 até os dias de hoje. Leia mais