1.12.2016 | por Valmir Santos
Observador atento da realidade no ato de rebelar-se contra ela, desde a primeira hora, o Grupo Folias D’Arte estabelece em Solidão um produtivo estranhamento na sua trajetória de quase duas décadas. Aqui os conflitos sociopolíticos estão submersos nas águas maternais do obscuro. Os artistas potencializam o inconsciente e vão beber direto na fonte do boom literário latino-americano das narrativas que exprimem o realismo gravitando o maravilhoso ou o mágico. Leia mais
1.12.2016 | por Patricia Freitas
Solidão, novo espetáculo do grupo paulistano Folias D’Arte, parece desnortear o espectador em suas inúmeras e intensas fragmentações e deslocamentos, tornando inclusive o exercício de síntese da obra algo quase que impossível. Curiosamente, é nessa esteira do impossível tornado possível – caracterizado por muitos como “realismo mágico” – que se move a materialidade cênica do espetáculo, impelida a desafiar e transpor ao palco a forma amorfa do maior romance do colombiano Gabriel García Márquez, Cem anos de solidão. Leia mais
21.11.2016 | por Beth Néspoli
Se já existe razoável entendimento sobre a relevância do processo de criação em todos os campos da arte, e em especial em uma atividade coletiva e presencial como o teatro, no musical A cidade e as mulheres, criado de modo colaborativo pelos aprendizes da Fábrica de Cultura Jaçanã, na zona norte de São Paulo, o valor da construção do pensamento que funda o gesto criativo é perceptível na carne mesma do espetáculo. Leia mais
12.11.2016 | por Valmir Santos
Na contracorrente da desvalorização do pensamento crítico em boa parte das sociedades, o “Idiomas – Fórum Ibero-Americano de Crítica de Teatro” marca importante tento. Em plena Curitiba, epicentro das tramas judiciais da Lava Jato , mas também um dos corações da resistência de estudantes e professores ante as truculências estaduais e federais. Leia mais
8.11.2016 | por Maria Eugênia de Menezes
A história costuma ser contada a partir do ponto de vista masculino. A história da civilização, do pensamento, das guerras. Esquecemos, muitas vezes, que as macro narrativas que nos acompanham não são neutras, sem gênero. Há um enunciador masculino, branco, vencedor por trás da maior parte dos discursos que reproduzimos. Nesse sentido, Um berço de pedra, obra de Newton Moreno, pode ser lida como uma tentativa de dar voz ao que costumamos alijar do mundo, de ir contra a preponderância do masculino na fabulação. Leia mais
4.11.2016 | por Kil Abreu
É na armadilha de uma estrutura artificial que a realidade do tema será aprisionada
(Francis Bacon, em entrevista a David Sylvester)
Em Belo Horizonte
O espetáculo 19:45!, apresentado no Festival Estudantil de Teatro (FETO) é trabalho dos formandos do curso profissionalizante do Centro de Formação Artística e Tecnológica (Cefart) da Fundação Clóvis Salgado. A montagem tem dramaturgia e direção de Rita Clemente, que cumpre a função de artista convidada. Leia mais
2.11.2016 | por Maria Eugênia de Menezes
Assistir a Homens nas cidades é deparar-se com um mundo em que o feminino não existe. Não são apenas as mulheres que estão de fora dessa peça escrita pelo britânico Chris Goode. É todo um modo de existir no mundo – e de ser – masculino que se descortina quando o espetáculo se inicia. Sob a direção de Francisco Medeiros, Laerte Mello interpreta o monólogo no qual toma o papel de um narrador e passeia por situações diversas. Leia mais
1.11.2016 | por Kil Abreu
Em Porto Alegre
Uma crítica específica para o teatro de rua/na rua/na cidade faz sentido? Em que medida as variadas formas do teatro e, neste caso, as diferentes maneiras de habitar espaços pede olhares e atitudes críticas diferenciadas? Que importância teriam estes repertórios e estes discursos específicos em um país no qual o Ministério da Cultura identifica os espaços do teatro contabilizando apenas as salas fechadas e desprezando os lugares públicos abertos em que ele acontece?
Estas, entre outras questões, foram colocadas em movimento durante a oitava edição do Festival Internacional de Teatro de Rua de Porto Alegre Leia mais
30.10.2016 | por Beth Néspoli
Toda arte nasce de inquietações possíveis às mulheres e aos homens de determinada época e a ela se dirige. Desde as eras mais remotas, tenta-se driblar essa espécie de condenação à contemporaneidade – a imersão na cultura dificulta o corte crítico – por meio de narrativas deslocadas de seu território de origem, afastamento cujo objetivo, no fim das contas, é o retorno ao tempo vivido com algum elemento de dissenso. Salvo engano, tal movimento, tanto no ponto de partida quanto no de chegada, pode ser detectado no espetáculo Cabras – cabeças que rolam, cabeças que voam, criação da Cia. Teatro Balagan, baseada na tríade guerra-festa-fé, que tem direção de Maria Thaís e texto de Luís Alberto de Abreu.
27.10.2016 | por Dirce Waltrick do Amarante
Em 17 de maio de 2016 foram comemorados os 150 anos de nascimento do compositor francês Erik Satie (1866-1925). Para celebrar a data, a Elefants Companhia de Teatro montou a única peça teatral do artista, A armadilha de Medusa, que estreou em 28 de setembro em Florianópolis. Leia mais