Menu

Artigo

Dia desses, recordei-me de um espetáculo a que assisti já há alguns anos, quando estava no Chile. Eu me encontrava em Coyhaique, uma das cidades contempladas pela 7ª edição do festival de teatro Patagonia en Escena. Fui cativada pelo espetáculo de marionete Chaika, um trabalho da atriz e marionetista chilena Tita Iacobelli, criado em parceria com a também marionetista e diretora belgo-russa Natacha Belova. A peça ─ inspirada em A gaivota, do russo Anton Tchekhov [“chaika”, em russo, significa “gaivota”] ─, leva à cena as angústias e os dilemas de uma atriz madura (a marionete) diante do desafio de interpretar Arkádina pela última vez, confirmando sua despedida dos palcos. Ela sente, no entanto, que já não tem mais a vitalidade ou a memória que o papel exige.

Leia mais

Reportagem

No terceiro encontro da Roda de Memória do Futuro, sob o mote Teatro e política: dissidências e resistências, a atriz e diretora Georgette Fadel, da Cia. São Jorge de Variedades e colaboradora em outros núcleos artísticos, o ator, diretor e dramaturgo Ademir de Almeida, da Brava Companhia, e o dramaturgo e diretor Alexandre Dal Farra, do grupo Tablado SP (novo nome do Tablado de Arruar) refletem de que maneira a luta por políticas de Estado incidem sobre suas cenas e de seus pares, bem como triangula ou não com os públicos na cidade de São Paulo.

Leia mais
‘De mãos dadas com minha irmã’, direção de Aysha Nascimento e direção artística e dramaturgia de Lucelia Sergio [em cena, Lucelia Sergio ao lado de dançarinas Jazu Weda e Brenda Regio]

Reportagem

As artistas Dione Carlos, Lucelia Santos (Cia Os Crespos) e Naruna Costa (Grupo Clariô de Teatro) colocaram em perspectiva a cena negra, o trabalho em grupo e a atuação desde as bordas da cidade no segundo encontro da Roda de Memória do Futuro, iniciativa do Teatro da Universidade de São Paulo, o TUSP da rua Maria Antônia.

Leia mais

Reportagem

O Programa Municipal de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo foi implantado há 22 anos. Pela primeira vez na capital paulista, e possivelmente no país, vigora, na forma de lei, uma política pública aprovada por câmara municipal e executada por prefeitura, através da Secretaria Municipal de Cultura, “com o objetivo de apoiar a manutenção e criação de projetos de trabalho continuado de pesquisa e produção teatral visando o desenvolvimento do teatro e o melhor acesso da população ao mesmo”.

Um balanço da Lei 13.279, de 8 de janeiro de 2002, porém, ecoa desvirtuamentos por entidades de caráter representativo na indicação de pessoas para as comissões julgadoras e acenos autocríticos por parte de núcleos artísticos, produtores e testemunhos do movimento Arte contra a Barbárie, cujas reuniões no final dos anos 1990, em espaços teatrais, foram propulsoras da elaboração do projeto de lei e do poder de convencimento na articulação junto a vereadores.

Leia mais

Reportagem

Analisar reverberações das linguagens circo, dança e teatro mencionadas na quarta edição da pesquisa nacional Hábitos Culturais, divulgada em meados de dezembro, permite sondar o grau de relacionamento dos públicos com as artes cênicas na sociedade atual.

Leia mais

Reportagem

É um dia quente de verão no bairro nova-iorquino Harlem, no fictício espaço-título Jajas african hair braiding (Tranças africanas de Jaja), misto de loja e salão de beleza. Mas o reduto de trancistas vindas da África Ocidental – Gana, Senegal, Serra Leoa e Nigéria – também poderia estar localizado na região do Château d’Eau, pertencente ao 10º distrito de Paris; no bairro londrino Brixton ou mesmo na Galeria do Reggae, no centro de São Paulo, já que essas diásporas também concentram significativas experiências de imigração africana.

Leia mais

Artigo

No intervalo de três meses e meio o teatro nacional se despediu de artistas vitais na fundação de dois de seus grupos há mais tempo em atividade na capital paulista: o Oficina/Uzyna Uzona de José Celso Martinez Corrêa, morto em julho, aos 86 anos, então prestes a completar 65 de trabalho artístico continuado, e o Teatro União e Olho Vivo, o TUOV de César Vieira, que morreu na segunda (23), aos 92 anos e 57 de caminhada coletiva.

Leia mais

Reportagem

Vencedor do Prêmio Nobel de Literatura 2023, atribuído pela Academia Sueca na quinta (5), o escritor e dramaturgo norueguês Jon Fosse, de 64 anos, é encenado no Brasil desde pelo menos 2004. Em março daquele ano, Denise Weinberg assinou a montagem de O nome, sob produção do Núcleo Experimental do Sesi, então coordenado por Isabel Setti. A criação inaugurou um espaço intimista e não teatral, o Mezanino, com cerca de 50 lugares, mantido em atividade até hoje na arquitetura de aço e concreto do Centro Cultural Fiesp, na Avenida Paulista.

Leia mais

Artigo

A Quadrienal de Praga (PQ, na sigla em inglês) é o maior evento internacional dedicado ao espaço e desenho da performance e inclui: cenografia, figurino, iluminação, sonoplastia, visagismo mídias e arquitetura teatral. Organizado pelo Ministério da Cultura da República Tcheca e realizado pelo Instituto de Teatro e Artes de Praga, atualmente é reconhecido pela Unesco – agência da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – por promover a diversidade de expressões culturais, já que desde 1967 tem sido uma plataforma para intercâmbios, networking, debate, desenvolvimento profissional e de formação, apresentando uma vasta produção artística mundial. Na edição de 2023, que ocorreu entre os dias 8 e 18 de junho passado, a curadoria brasileira apresentou um projeto diverso com a participação de escolas do país inteiro.

Leia mais

Artigo

O paradoxo de Suzano

28.7.2023  |  por Valmir Santos

Na 25ª cidade mais populosa do Estado de São Paulo, 307 mil habitantes no Censo de 2022, um teatro multiúso construído majoritariamente pelas mãos e recursos de seus artistas a partir de um projeto arquitetônico incomum, modulado por contêineres, em terreno vizinho a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) e a uma escola estadual, encontra-se ameaçado de desmonte após quase quatro anos de atividades, inclusive no atravessamento da pandemia.

Leia mais